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Um Passeio Pela História

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Drama 116 min 2005 M/12 12/01/2006 FRA

Título Original

Le Promeneur du Champs de Mars

Sinopse

"Um Passeio pela História" conta, ficcionalmente, o que aconteceu no fim da vida e do "reinado" de um dos homens franceses mais emblemáticos: François Mitterrand. Enquanto o Presidente trava a última batalha com a doença, um jovem jornalista apaixonado tenta arrancar-lhe as suas lições universais sobre Política, História, Amor e Literatura - enfim, certezas sobre a vida. Mas o velho homem não tem muito para oferecer, pois, para ele, chegou o momento em que passado, presente e futuro se confundem num único tempo: o tempo em que apenas as dúvidas persistem, o tempo em que todos os homens são iguais - o tempo da proximidade com a morte.

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Críticas dos leitores

Ce n'est pas de la politique, c'est de l'histoire avec un grand H

Susana Pinto

O grande H de História e o grande H de Homem ou Humanidade. O S de socialismo e a "esquerda caviar"... Em que ponto das nossas vidas deixamos de pertencer a nós próprios e começamos a querer ver mais além do que somos para nós e para os outros? Um filme culturalmente ao alcance de todos os que se se predisponham a entender os H que fizeram a história. Um filme na minha opinião para ver e reflectir.
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Um olhar sobre um estadista

Maria Júlia Franco

Um belíssimo filme. Uma interpretação notável de Michel Bouquet. Um testemunho da história contemporânea. Cinema europeu de qualidade a merecer apoio.
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Os últimos dias (ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS)

Rita Almeida - http://cinerama.blogs.sapo.pt/

"Le Promeneur du Champ de Mars" é um relato ficcionado dos últimos dias de François Mitterrand (1916-1996), Presidente da República de França entre 1981 e 1995. Mitterrand (Michel Bouquet) – ainda que o seu nome não seja referido no filme – é visto pela perspectiva de Antoine Moreau (Jalil Lespert), um jovem jornalista, convidado – à semelhança de Georges-Marc Benamou, autor do livro "Le Dernier Mitterrand" (1997) e co-argumentista deste filme – para escrever as suas memórias. A personagem de Antoine, ficcional, mais do que simbolizar o biógrafo de Mitterrand serve de agitador da sua memória e consciência.<BR/><BR/>Ele é o aprendiz, Mitterrand o mestre, de quem ele procura obter as últimas respostas, sobre a política, e sobre a vida. O fascínio de Antoine, por este ser carismático, experiente, hábil, inteligente, erudito, irónico, teimoso e indomável, roça o vampirismo, prejudicando, com efeito, a própria vida pessoal de Antoine.<BR/><BR/>Mais do que o fim de um mandato, este filme fala do fim de uma vida. Apesar de alguma insistência em esclarecer o papel de Mitterrand no Regime de Vichy em 1942, a política e os factos históricos são aqui largamente ignorados, a favor da evocação do fim de um reinado, de um monarca debilitado que recusa deixar-se dominar pela doença, como ele próprio diz "o último grande homem, na linha dos grandes imperadores da nação".<BR/><BR/>Guédiguian quis afastar-se o mais possível dos factos, evitando a reconstituição histórica e quaisquer sensacionalismos em torno da vida sentimental ou familiar de Mitterrand ou a responsabilidade do antigo chefe de Estado no descrédito a que a classe política francesa chegou. Com esta abordagem, Guédiguian protege-se de críticas mais ferozes e desenvolve um discurso mais universal. Ou reflecte apenas a dificuldade em questionar a história mais recente.<BR/><BR/>Michel Bouquet tem aqui provavelmente o grande papel da sua vida. Aliado a uma impressionante parecença física está o talento do retrato narcisista e solitário, pretensioso e megalómano do último defensor de um estado socialista, que surge como quase profético. Mas também do homem que se extasia perante as imensas matizes do cinzento ou as pernas de Julia Roberts. Os décors austeros reforçam a sensação de fim, e é esse fim que, por pudor, nos impede de fazer julgamentos. Isso é deixado à história e aos actos.
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