Três Amigas
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Joan, Alice e Rebecca são três amigas com visões distintas sobre o amor: a primeira vive com Victor, mesmo sabendo que já não há amor entre eles; a segunda mantém uma relação estável com Éric, apesar da ausência de paixão; já a terceira entrega-se ao amor e vive uma paixão adúltera com Éric, o companheiro de Alice. E quando Joan termina finalmente com o marido e ele desaparece sem razão aparente, a relação entre as três é posta à prova.
Nomeado para o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza, este drama romântico é realizado por Emmanuel Mouret ("As Coisas Que Dizemos", "As Coisas Que Fazemos", "Diário de Um Romance Passageiro") e tem argumento do próprio cineasta em colaboração com Carmen Leroi. As personagens são interpretadas por India Hair, Camille Cottin, Sara Forestier, Vincent Macaigne, Grégoire Ludig, Damien Bonnard e Éric Caravaca. PÚBLICO
Críticas dos leitores
Três amigas
Fernando Oliveira
Há uma coisa que é sempre muito bonita nos filmes de Emmanuel Mouret: a forma como as palavras (e fala-se muito, mesmo muito nos filmes do realizador) ecoam pelos espaços onde os personagens habitam, como as palavras parecem seguir a câmara que os segue por esses espaços, tornando o cenário também “personagem” da história.
Sublinhando isto, neste filme esses lugares, na cidade de Lyon, até nos são mostrados logo no início do filme de forma muito engraçada por alguém que já morreu mas que nos vai contar a história destas três amigas. Victor (Vincent Macaigne, actor que vem dos últimos filmes de Mouret) é o morto, e se nos conta logo isso faz recuar a história a um momento que ele escolheu sem razão nenhuma, a não ser que nessa altura ainda estava vivo.
Victor é casado com Joan (India Hair), esta já não o ama, Rebecca (Sara Forestier) e Alice (Camille Cottin) são amigas de Joan, os quatro dão aulas na mesma escola, Rebecca é amante do marido de Alice. Enquanto vamos conhecendo os personagens percebemos que é um filme sobre o amor, sobre as relações entre mulheres e homens, a ilusão no início, as desilusões depois, os enganos e os desenganos, a inquietação constante, a aceitação que do amor pouco ou nada percebemos, é deixar-nos ir.
Para nos contar isto a história cruza a relações entre os personagens até um final que indicia uma possibilidade de felicidade para Joan, Alice e Rebecca. Um final feliz num filme que é também sobre o fingimento, fingir que se ama, fingir que se acredita no amor do outro, até que se perdem nesse fingimento, é esse momento que Mouret gosta de contar.
Que num filme que olha para aquilo que é o mais intimo das personagens, o que sentem pelos outros e como se sentem com isso - o drama que as palavras carregam, o silêncio íntimo e solitário de cada uma das três mulheres, a expectativa num sorriso (como no final de ”As coisas que dizemos, as coisas que fazemos” - Mouret consiga inserir elementos que vêm do cinema fantástico (palavra que na sua origem significava a capacidade de criar imagens); ou que equipare as convulsões do romance ao caos do burlesco (mostra-nos uma cena de “Steamboat Jr.” com Buster Keaton, actor em permanente desequilíbrio); ou que o amor é sempre tão excessivo como “escorregadio” (também nos mostra uma cena de “Difamação” de Hitchcock); tudo isto é belíssimo.
Formalmente, é extraordinária a forma como a câmara, o olhar de Mouret, parece dançar com as emoções dos personagens, os labirintos da mente a rimar com as “curvas e arestas” dos cenários, como a brandura da fotografia de Laurent Desmet contrasta o caos emocional e acentua a graça dos comportamentos, ou como a música de Benjamin Esdraffo afaga as personagens.
Um filme muito bonito sobre gente desamparada nas relações amorosas, que têm de aprender a viver com isso, suportando esse desamparo com a amizade, a sororidade. (em "oceuoinfernoeodsejo.blogspot.com")
Excelente argumento e ótimos atores
Cecília
Adorei o filme, provavelmente o melhor que vi nos últimos tempos. Para além de um argumento bem escrito e bem interpretado, reflete as dúvidas e certezas entre a paixão e o amor da atual sociedade europeia. Com uma fantástica Camille Cottin num papel feito à sua medida. Imperdível!
Encantamentos, Amores , paixões - 4*
Martim Carneiro
Encantamentos, Amores, Paixões - 4* Este filme inicia-se - no nosso ponto de vista - de modo algo atabalhoado, com música e a apresentação em "voz off" dos personagens que irão "desfilar" na trama do filme.
Seguem-se estórias protagonizadas por mulheres: de amores, paixões, encantos, desilusões, perdas e conquistas, numa teia de 3 amigas, que vão crescendo e aprendendo emocionalmente com o que a vida lhes aporta, derivado de escolhas que o moralismo tende a não aceitar.
A abordagem é - a nosso ver - verdadeiramente brilhante: com momentos ora intensos ora desconcertantes, também com personagens brilhantes no acerto interpretativo. Um filme "em cheio" que bem merece 4 estrelas!
Sucessão de piruetas
João Delicado
Uma deceção. Esperava uma narrativa com alguma densidade emocional. Em vez disso, a história das três amigas fica reduzida a uma sucessão de piruetas e acrobacias mais ou menos inesperadas nas quais as personagens se enredam e se perdem, sem rasgo e sem deixar rasto.
Senti o dever de deixar esta crítica para reduzir o número de espectadores que possam ir ao engano. De nada.
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