//
The Answer Man - Eu e Deus
Título Original
The Answer Man
Realizado por
Elenco
Sinopse
Há exactamente 20 anos, Arlen Faber (Jeff Daniels) escreveu um livro sobre as mais pertinentes questões existenciais que se tornou numa inspiração para milhares de pessoas no mundo inteiro. Porém, apesar de ser tido como uma autoridade em questões como relações e tolerância, Arlen é um homem colérico e com grandes dificuldades de auto-controlo. Na sua reclusão, evita qualquer contacto com outros humanos até ao dia em que, após um problema na coluna que o deixa praticamente imobilizado, recorre aos serviços de Elizabeth (Lauren Graham), uma fisioterapeuta por quem se apaixona quase de imediato. A meio caminho ainda conhece Kris (Lou Taylor Pucci), o dono de uma livraria falida, acabado de sair de uma clínica de reabilitação para alcoólicos que fará a Arlen uma proposta pouco convencional: em troca dos livros que Arlen detesta (e se quer livrar à força), ele recebe todas as respostas para o sentido da vida.
Com argumento e realização do estreante John Hindman, uma comédia romântica sobre as respostas simples para as coisas aparentemente complicadas da existência.
Com argumento e realização do estreante John Hindman, uma comédia romântica sobre as respostas simples para as coisas aparentemente complicadas da existência.
PÚBLICO
Críticas dos leitores
Eu e Deus numa Comédia Romântica
Fernando Costa
“The Answer Man – Eu e Deus” parte de um argumento com uma ideia interessante (ainda que não original) mas não tem unhas para tocar guitarra e a realização não consegue colmatar as deficiências do argumento. “The Answer Man – Eu e Deus” foi escrito e realizado por John Hindman, homem ligado à produção televisiva e que faz com este filme a sua estreia cinematográfica. A história é centrada em Arlen Faler (Jeff Daniels), um homem que escreveu um “best-seller” supostamente inspirado em conversas que teve com o próprio Deus. Vinte anos depois de ter escrito o livro que redefiniu a espiritualidade, Faler está completamente isolado, sem qualquer relação próxima significativa com outros seres humanos e age de forma contrária a tudo aquilo que procurou transmitir no seu livro, fechado em si mesmo e escondendo-se do mundo. Faler tem um problema de saúde que necessita de alívio imediato e é forçado a pedir ajuda. Nessa altura "apaixona-se" pela sua terapeuta e estamos no terreno da comédia romântica. Até aqui tudo bem, simplesmente toda a oportunidade de reflexão sobre os livro de auto-ajuda e de auto-descoberta, bem como do que faz os seus autores, às vezes erradamente, autores idolatrados e “endeusados” é tratada pela rama e a comédia romântica anda muito pelo “chove não molha”. Existem situações de facto cómicas e divertidas mas fica a sensação de que o filme é forçado. Jeff Daniels (que até consegue imanar charme da sua personagens não empática) e Lou Taylor Pucci contribuem por vezes para isso com as suas interpretações. Existe ainda a tendência do guião para explicitação através de deixas de “conclusões” que o filme até consegue transmitir sem ter necessidade de lhes recorrer, o que só vem corroborar esta sensação de que falávamos. Exceptuando em relação ao protagonista não se passa grande coisa em “Eu e Deus”, as personagens secundárias são pobres e servem sobretudo para criar situações cómicas ou pequenas situações de conflito, tudo auto-limitado e sem grande interesse. Em resumo, um argumento que não tem unhas para explorar o tema a que se propõem, uma realização que não consegue "apagar" o que falta ao argumento e os actores por vezes apanhados no meio. Na globalidade o filme não é desagradável mas não há “sumo” suficiente…
Continuar a ler
Deus em nós
Nazaré
Um tema que pode ser muito complicado, e que é tratado com extrema elegância e sem vacilações. Logo aí fica uma indicação da qualidade desta fita. Tudo o resto está muito bem, mas o que me seduziu mesmo foi este extraordinário argumento. O tema, para mim, são os mitos que criamos (ou que outros criam em nós), como pesam nas nossas vidas sem pensarmos em aliviar-nos deles. A forma escolhida é acompanhar um autor famoso (que tem 10* de Deus, que conceito!), a viver escondido, e pela gente normal que em geral se fascina com o mito da fama. É o homem das respostas, que enchem o livro que o fez famoso. Mesmo que as respostas que ele dá sejam de facto brilhantes, não ajudam nada - como os livros de "auto-ajuda" da vida real. A sedução das palavras é uma coisa, a solução que pretendem oferecer é algo de muito diferente. Porque a magia das palavras é um mito em si mesmo, tal que acabam por não ser entendidas como deviam. Uf, como se poderia continuar por aí fora... O contraponto com o ofício de endireita é aquilo que mostra ao protagonista que a vida pode ser bem mais simples, o ponto de partida para ele ir a caminho de ser uma pessoa normal... Esta obra-prima de fineza termina com um homem e uma mulher solitários sentados num café, num contexto em que percebemos: do que é que estão eles à espera para aproximarem-se? Mas o ponto mais alto, a culminação desta hábil trama, é o longo silêncio do protagonista, para uma pergunta com resposta óbvia. É nesse silêncio (nunca pensei que gostaria tanto de ver Daniels a actuar!) que se contêm imensos pensamentos e perplexidades, num flash que tudo esclarece sobre o adorável filho da quiroprática (Lauren Graham). Esta fita levou quase 2 anos a cá chegar, mas já que veio é de aproveitar para saborear, enquanto estiver nas nossas telas.
Continuar a ler
Envie-nos a sua crítica
Submissão feita com sucesso!