Syriana

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Drama, Thriller 126 min 2005 M/12 16/02/2006 EUA

Título Original

Syriana

Sinopse

"Syriana" é um complexo "thriller" político que tem como pano de fundo as intrigas e corrupção no mundo da indústria global do petróleo. Desde as jogadas de bastidores dos poderosos em Washington até à vida dos homens que trabalham nos poços, as diversas histórias que decorrem em "Syriana" entrelaçam-se e formam uma tela que nos mostra as consequências humanas da busca impiedosa de riqueza e poder. Num país do Golfo produtor de petróleo, o jovem e carismático Príncipe Nasir procura mudar o há muito estabelecido relacionamento com os interesses económicos americanos ao conceder os direitos de prospecção à oferta mais alta, neste caso aos chineses. É um enorme golpe para a Connex, uma empresa texana que detinha esses mesmos direitos, bem como para os interesses americanos na região. Entretanto, a Killen, uma pequena empresa petrolífera do Texas, propriedade de Jimmy Pope (Chris Cooper), acabou de ganhar os direitos de prospecção numa apetecida zona do Cazaquistão, o que a torna muito atractiva para a Connex, que necessita de novos territórios para manter a sua capacidade de produção. Quando as duas companhias se fundem, o negócio atrai as atenções e é chamada uma firma jurídica para averiguar. Bob Barnes (George Clooney num excelente desempenho que lhe valeu o Óscar de Melhor Actor Secundário) é um agente veterano da CIA prestes a terminar a carreira e cujo último trabalho será... o assassinato do Príncipe Nasir.

PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

Os labirintos da corrupção

Mário Jorge Torres

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George contra bush

Helen Barlow

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Syriana

Jorge Mourinha

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Críticas dos leitores

Petrodólares, poder, manipulação e corrupção

Raul Silva

Petrodólares, poder, manipulação e corrupção. Isto diz tudo, é a realidade. Um filme imperdível. Muito bom e com um excelente elenco.
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X-files para crescidos

jpt

"Syriana" pretende ser um super-documentário, descrevendo as inúmeras realidades que se cruzam e sobrepõem na política do petróleo e da "Jihad". Técnica e artisticamente é inatacável, logrando um registo hiper-realista, substanciado por interpretações rigorosas, pela precisão na reprodução de pessoas e locais, pela escassa banda sonora e pela técnica de filmagem de reportagem. A quem se interesse por política e economia internacionais, o puzzle do filme, brilhantemente montado, só pode cativar (quem não se interessa, ou tira um curso rápido, ou mais vale aproveitar para pôr o sono em dia). Dito isto, a história é uma fraude simplista, tão credível como um episódio dos "X-files".<BR/><BR/>Tal como no péssimo "Fiel Jardineiro" o moralismo é fácil. Voltámos ao tempo dos bons e maus, e os maus somos nós: o Ocidente capitalista, causa de todos os males, até dos "jihadis", que só existem porque, num bizarro processo causal, a ganância e o imperialismo ocidental sustentam a sociedade que os cria. Obviamente, toda a gente tem o direito às suas opiniões, mas este filme, ao deturpar, simplificar e sentimentalizar a realidade (um emir reformista é uma contradição em temos e a CIA não mata dignitários directamente) não pretende ilustrar o público, mas manipulá-lo (num interessante contraste com o primo honesto, "Munich"). A isso chama-se propaganda, e propaganda por propaganda, ao menos o Michael Moore tem piada.
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Actual, verídico, algo deprimente

Nazaré

Tráfico de armas facilitado pela CIA, investigação sobre uma fusão estratégica entre duas empresas de exploração petrolífera, a sucessão num emirato do Golfo Pérsico, personagens deslocadas seja pela emigração (trabalhadores paquistaneses), pelo desfasamento (um agente da CIA que não vê como as expectativas mudaram quanto à sua acção), ou pelo lado errado da barricada (um consultor financeiro que debita incessantes tiradas sobre as realidades do tráfico energético... a quem as sabe de cor), guerra das estrelas... E, no centro de tudo, uma legião de gente cinzenta que assegura o funcionamento das engrenagens, e onde o terrorismo financeiro, o terrorismo dos serviços secretos ou o terrorismo de capa islâmica estão sempre presentes. Gente que não brinca em serviço.<BR/><BR/>Para quem tenha interesse pela temática, é filme a não perder. No entanto, peca pelo tom pessimista e por colar-se à estilística de "Traffic". É certo que também há uma droga envolvida, a que nos agarra ao automóvel, à luz eléctrica, aos plásticos, mas como se não bastassem os realizadores que se plagiam a si mesmos, sai-nos agora um que o faz ao seu produtor executivo!
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Conciso

Pedro

Este é o que considero um filme cru que julgo mais do quadro do documentário do que filme propriamente dito, tal como "Traffic". Desta forma, suponho que a maior parte dos cinéfilos esperariam um filme um pouco diferente tanto pelo título como pelo elenco. Desconheço no entanto se saíram satisfeitos da sala ou não. Eu sim. Em termos de análise eu divido o filme em duas metades. Uma que desconhecemos, mas que adivinhamos que se trata da interminável e permanente partida de xadrez entre os órgãos decisivos deste mundo. Outra que muitas vezes teimamos em desconhecer, que é o que chamo a "escravidão do século XXI". Por conhecer bem a região do Golfo, e sobretudo ter a ocasião de trabalhar com alguns dos emigrantes do sudeste asiático, fico satisfeito por Stephen Gaghan ter conseguido transpor para a tela os sentimentos que tenho dificuldades em descrever.<BR/><BR/>Detalhe extraordinário do filme, a nacionalidade das duas empregadas do hotel que abrem a porta ao Príncipe Nasir antes do seu discurso público. Quem conhece a região sabe que elas não são diferentes dos trabalhadores dos campos petrolíferos e vê-las no filme tão perto do Príncipe Nasir fez-me pensar, de uma forma romanesca, na vontade do narrador de ligar os dois mundos referidos em que um vive, e viverá sobre o outro.<BR/><BR/>Percebemos assim um pouco mais as razões de radicalismos mas que os são unicamente aos nossos olhos. Se houvesse um personagem do Casaquistão suponho que se poderia escrever o mesmo tipo de história que com o jovem pakistanês. Bom filme. Recomendo. PS: o filme no AMG de Gaia tinha um som péssimo.
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A maior exportação americana - Parte III

Gonçalo Abrantes

A maior exportação americana da actualidade é a corrupção de Estado. É a corrupção feita por um país (já não considerado como um grupo de cidadãos com algo em comum), feita ao nível planetário e embrulhada por milhões e milhões de dólares de propaganda. "Syriana" foi, para mim, a terceira parte desta questão. A primeira foi "O Senhor da Guerra" em que a problemática era o tráfico de armas; a segunda parte foi "O Fiel Jardineiro" que aborda a problemática da indústria farmacêutica e a terceira será, então, a problemática do petróleo visto como o ouro negro. Serão todos eles apenas obras de ficção? Ou será que é chegado o tempo de emitir contra-propaganda através dos meios predilectos dos corruptos americanos: a TV. "Quem controlar a informação, controla o planeta no século XXI".
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Óscares 2006

Ana Pires

Comentário aos Óscares. Só vou comentar as categorias principais. Actor Secundário: Não ganhou o melhor. George Clooney tem capacidade de expressão dramática, mas o actor tem mais espaço do que a personagem. Contudo esta categoria não tinha grandes desempenhos. Mas, e sem ter visto a interpretação do William Hurt, preferia que tivessem ganho o Matt Dillon ou Jake Gyllenhaal. Actriz Secundária: Gostei do desempenho da Rachel Weisz, não vi a Amy Adams e a Frances Macdormand, a Catherine Keener tem um desempenho apenas regular e deveria ter ganho a Michelle Williams (a dor por que a sua personagem passa sente-se). Não ganhou a melhor. Montagem: Os meus parcos conhecimentos sobre o efeito da montagem num filme dizem-me que o prémio deveria ter sido entregue ao "Fiel Jardineiro" ou ao "Munique". Já passou muito tempo desde que vi o "Cinderella Man", já não me lembro do efeito da montagem no filme. Não ganhou o melhor.<BR/><BR/>Fotografia: Não vi o "Novo Mundo". Mas já tive oportunidade de ver excertos e o prémio deveria ter sido entregue ao "Novo Mundo" ou ao "Brokeback Mountain". Mais uma vez não ganhou o melhor. Banda Sonora: Eu também teria dado o prémio ao "Brokeback Mountain". Não sei se é a melhor banda sonora. Mas foi a que mais me tocou. Tem uma sonoridade nostálgica que eu adoro e entranha-se. E é comovente. Canção: Podia ter ganho qualquer uma, porque as três serviam perfeitamente os filmes a que pertenciam. Não se trata de apreciar música, mas sim de apreciar o efeito da música no filme.<BR/><BR/>Argumento Original: O argumento do "Colisão" é bom. Não vi o "The Squid and The Whale". O argumento do "Match Point" também é muito bom. Entre "Colisão" e "Match Point" não me consigo decidir. Suponho que ganhou um dos dois melhores. Argumento adaptado: Este prémio é para quem adapta melhor a história original para filme. Portanto, não é um prémio à história original (ao contrário do que sucede com o Argumento Original). Com esta lógica em mente o trabalho mais difícil estava na passagem de "Brokeback Mountain" literário para "Brokeback Mountain" cinematográfico. Ganhou o melhor trabalho de passagem de literatura para cinema.<BR/><BR/>Longa Metragem de Animação: Ganhou o pior dos filmes. "O Castelo Andante" é magnífico. Eu não gosto de cinema de animação e, contudo, o filme cativou-me por completo. É emocionante e comovente. "Wallace e Gromit" é frio, superficial, nada emotivo. "Corpse Bride" é mais uma prova do génio de Tim Burton. O prémio deveria ter ido para o "Castelo Andante". Filme estrangeiro: Só vi o "Feliz Natal" (medíocre). Não posso comentar esta categoria.<BR/><BR/>Documentário: Só vi a "Marcha dos Pinguins" (razoável). Não posso comentar esta categoria.<BR/><BR/>Atriz Principal: Gostei do desempenho da Reese Witherspoon. Mas gostei muito mais da Felicity Huffman. Não vi a Judi Dench e a Charlize Theron. Vi três desempenhos e o melhor dos três pertence à Felicity Huffman. Não ganhou a melhor.<BR/> <BR/>Actor Principal: Esta era a melhor categoria da noite. Não vi o Terrence Howard. Mas vi quatro desempenhos fantásticos de quatro actores fantásticos. Prefiro a interpretação do Heath Ledger, porque ele criou a personagem que me comoveu mais. Não vi o actor, vi a personagem. Li numa crítica na Internet o seguinte a próposito da sua personagem: "I conected with him as I have conected with characters in novels. I miss him". Aconteceu o mesmo comigo. No entanto, apesar de preferir o Heath Ledger, não posso dizer que a vitória do Philip Seymour Hoffman foi injusta. O desempenho dele é de facto de alto nível. <BR/><BR/>Realizador: Bom trabalho de todos os realizadores. Mas prefiro o Ang Lee pela subtileza, sensibilidade e contenção do seu trabalho. O Bennett Miller também me agradou pela sobriedade. Há algum histerismo nas realizações do Steven Spielberg e do Paul Haggis. Há frieza no trabalho do George Clooney e por isso "Boa Noite, e Boa Sorte" nunca aquece. E o cinema não é apenas estilo e estética, também é emoção. Ganhou o melhor.<BR/><BR/>Filme: Gostei do "Colisão". Mas gostei mais do "Capote". E gostei muito mais do "Brokeback Mountain". Há uma contradição no prémio: o argumento, a realização e as interpretações são a cabeça, a alma e o coração de um filme. O resto são os adornos. "Brokeback Mountain" ganhou o prémio de argumento (tal como "Colisão"), mas ganhou também o prémio de realização e teve mais nomeações nas categorias de interpretação (3) do que "Colisão" (1). "Brokeback Mountain" é um filme mais sensível, menos estereotipado, mais subtil, mais contido, mais elegante e até mais arrojado do que "Colisão". E sobretudo, é um filme que fica com o espectador. Porque não fica tudo explicado (como acontece em "Colisão", onde tudo tem um desfecho). "Brokeback Mountain" não termina. Fica na nossa cabeça, como uma admirável nostalgia. Deveria ter ganho "Brokeback Mountain".
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A moral de ser neutro

Joana Veiga

"Syriana" é um filme denso. Um filme que incomoda por não ser linear e por não ser de rápido entendimento e compreensão. O reflexo de uma América globalizadora e economicista. O filme desenrola-se numa paisagem de pequenas estórias que se vão interligando no decorrer da história central. A acção centra-se na indústria de exploração do petróleo, no Irão de hoje em dia. Uma realeza corrupta e cobarde, demasiado agarrada aos luxos da vida, uma base de populares pobres e sem condições, um conjunto considerável de imigrantes indianos que lutam por um qualquer trabalho, prontos a serem dispensados na primeira fusão. É um filme humilde, que deixa a quem o vê o papel de fazer julgamentos e tirar ilações. Um filme que, ainda assim, tem tempo para se focar em pormenores e retratar a inocência de homens e crianças.<BR/><BR/>Uma mão-cheia de actores fenomenais, que mesmo nos seus papéis secundários conseguem imprimir ao filme um registo de excelência cinematográfica. "Syriana" é sem dúvida a consagração da carreira de George Clooney. Matt Damon tem também um desempenho exemplar. É também um filme duro e felizmente inteligente. Não tenham dúvidas, vejam.
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Poupem o vosso tempo e dinheiro, por favor!

Thi Boss

Poupem mesmo o vosso dinheiro. Este filme vinha rotulado como sendo um bom e interessante filme, mas garanto-vos, não queiram chegar ao fim de quase duas horas e ficarem-se a interrogar: "Eu vim mesmo ver isto"? Aconteçeu-me a mim!
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Terrorismos

António Silva

Dum lado o "terrorismo rico" ou de Estado, da CIA, do outro lado o "terrorismo pobre", dos fundamentalistas islâmicos. Pelo meio o petróleo, areia, muitas pequenas histórias que se entrelaçam e que contribuem para uma sensação de impotência em relação aos negócios do mundo. As coisas são todas muito nebulosas, fugidias, pouco perceptíveis e este mundo está perigoso, muito perigoso - é esta a sensação com que saí deste filme. E nisso parece-me que ele é uma imagem muito bem conseguida dos tempos que correm.
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The land of the free and the home of the brave!

Vera Rodrigues

Para quem ainda acredita que a exportação da mais perfeita democracia do mundo é uma luta justa e em prole dos direitos humanos, vá ver este filme. Uma interpretação brutal da realidade das intenções americanas face ao Médio Oriente. A busca incessante do controlo e poder do mercado petrolifero. A verdadeira face dos EUA, onde o objectivo último é o poder e a hegemonia mundial personificados no controlo do mercado petrolífero. As alianças com os líderes muçulmanos mais desprezíveis, tal como Bush, pai e filho, fizeram, enquanto isso trouxer vantagens políticas e económicas, e o descartar de quem levanta ondas e questiona o regime estabelecido.<BR/><BR/>Um filme poderoso, mas que, infelizmente, será reduzido a uma insignificância cinematográfica que um dia teve lugar em 2006, como acontece, nos EUA, a tudo aquilo que é verdadeiramente importante. Esperemos, somente, que isto não leve George Clooney a um ostracismo profissional como é costume acontecer a quem ousa dizer e fazer o que vai de encontro aos seus valores, na terra dos livres...
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