Tenho Sonhos Eléctricos

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Drama 102 min 2022 27/04/2023 BEL, Costa Rica, FRA

Título Original

Tengo sueños eléctricos

Sinopse

Desde que os pais resolveram avançar com o divórcio que a vida de Eva está virada de pernas para o ar. A mãe, determinada em dar um novo rumo à sua vida, quer redecorar o apartamento e desfazer-se do gato que, desorientado com as constantes discussões, urina pela casa toda. Inconformada, Eva opta por viver com o pai. Mas ele está demasiado focado em si e na liberdade recém-adquirida, revelando-se totalmente incapaz de lhe dar a estabilidade de que ela precisa. 
Em competição no Festival de Cinema de Locarno (Suíça) – onde arrecadou os prémios de melhor realização, actriz (Daniela Marín Navarro) e actor (Reinaldo Amien) – este drama tem realização e argumento da costa-ricense Valentina Maurel, que aqui se estreia em longa-metragem. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Tenho Sonhos Eléctricos. Os relâmpagos entre um pai e uma filha

Luís Miguel Oliveira

Belo filme, óptima estreia de Valentina Maurel nas longas-metragens.

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Críticas dos leitores

História invulgar, bastante bem contada

Nazaré

O tema principal é a raiva que está dentro do pai. Raiva pelos sonhos frustrados, pela vulgaridade que nos rodeia a todos, pela prisão da vida quotidiana (a sinopse fala da liberdade dele mas é tudo menos isso). A poesia é para ele (e para milhões de tantos outros, em todas as épocas e lugares) a maneira de canalizar essa raiva sem causar demasiada destruição no seu dia a dia — embora esta vá acontecendo. Num círculo de poesia que acontece no meio da fita, é interessante o contraste que se faz entre a poesia de circunstância, feita para o aplauso do instante, e aquela que sai das entranhas, dos sonhos, dos desejos, e que não é aplaudida porque seria um caso sério se ela tivesse reconhecimento. Na sociedade só tem lugar aquilo que se enquadra, é morno, sem faúlhas. A narrativa quase não existe, são quadros que representam outras tantas circunstâncias duma existência que se repete e por isso é previsível. E que ainda assim desfilam nesta fita sem serem repetição. Destaque para os protagonistas, Reinaldo Amien como Martín, pai e poeta, e Daniela Marín Navarro como Eva, a filha que tenta acompanhá-lo enquanto se impacienta na expectativa de tornar-se adulta.

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3 estrelas

José Miguel Costa

"Tenho Sonhos Eléctricos", uma pérola indie proveniente da Costa Rica (primeira longa-metragem da cineasta Valentina Maurel), é um reflexivo melodrama familiar (não romantizado) de realismo voraz, filmado numa ambiência "negra" com a câmara constantemente colada ao rosto da protagonista. A história (com uma identidade vincada) dá-nos conta da dinâmica relacional auto-destrutiva de um pai (desempregado imaturo, simultaneamente intempestivo e "carinhoso"/permissivo) e uma filha (adolescente à guarda da progenitora) que pretendem reatar contacto e coabitar juntos (missão que progressivamente se vai revelando impossível devido a constrangimentos financeiros). Ambos são personagens multifacetados (que fundem violência e empatia), dificultando, desse modo, a nossa tentativa de "lê-los" e formar opinião definitiva sobre os mesmos (o que transforma o filme num objecto cinéfilo desafiante).

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