Seca

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Comédia, Drama 97 min 2022 M/12 18/05/2023 ITA

Título Original

Dry

Sinopse

Depois de não chover em Roma há três anos consecutivos, o rio Tibre está completamente seco. É neste contexto que, num esforço de lidar com a escassez de água, as vidas de várias personagens se vão entrelaçando. Para agravar a situação já de si delicada, surge uma estranha variante da doença do sono, aparentemente causada por baratas, e que parece estar a espalhar-se por toda a cidade. 
Uma comédia apocalíptica de teor ambientalista realizada por Paolo Virzì (“La Prima Cosa Bella” e “Capital Humano”), que segue um argumento seu, de Paolo Giordano e de Francesca Archibugi. Os actores Silvio Orlando, Valerio Mastandrea, Tommaso Ragno, Claudia Pandolfi, Diego Ribon, Sara Serraiocco e Monica Bellucci dão vida às personagens. PÚBLICO

Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

"Seca", do realizador italiano Paolo Virzì, é um filme catástrofe distópico (cuja acção se desenrola num futuro que fica já ali ao virar da esquina), com um teor ambientalista, impregnado de um humor caricatural e burlesco (que se constitui como uma sátira politico-social acutilante). Seguindo o modelo do filme-mosaico, cruza uma série de histórias autónomas que apenas têm em comum o facto dos seus respectivos protagonistas sofrerem as consequências de uma crise hidráulica sem precedentes, após três anos sem pluviosidade, numa Roma desidratada e poeirenta (a que acresce o aparecimento de uma estranha e mortal epidemia de natureza tropical, aparentemente provocada pelo eclodir descontrolado de baratas). A água transforma-se, desse modo, num novo delimitador de classe social e o foco de novas lutas. No entanto, os medíocres/hipócritas decisores políticos (populistas e minados pela corrupção) e os grandes grupos económicos (que arranjam sempre forma de lucrar com a desgraça do povo), ao invés de planearem e implementarem medidas que visem minorar e/ou reverter as consequências deste flagelo ecológico, "entretêm-se" a fabricar fake news e a "governar" para as redes sociais. E neste ambiente de devassidão generalizada sequer os experts científicos são de confiar... Verdade que esta obra, apesar de recheada de personagens caricatos e de subenredos originais (e com elevado potencial devido ao seu surrealismo), acaba por revelar-se com uma voltagem dramática não tão intensa quanto prometia inicialmente. Possivelmente, por quase todos os intervenientes apresentarem-se-nos vagos e as histórias a si anexas (algo desperdiçadas e tenuemente interligadas) serem alvo de um desenvolvimento insuficiente. Todavia, tais handicaps não impedem que continue a gostar (muito!) deste produto cinematográfico (com uma excelente fotografia "desértica" de tons amarelados) e que deixe de recomendar vivamente o seu visionamento.

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