Uma manipulação aberta da imagem de Rock Hudson enquanto galã viril, contraposta à homossexualidade do actor. Com ironia e espírito lúdico, Rappaport tenta mostrar que nas entrelinhas dos filmes em que Rock Hudson mostrava a sua imagem mais viril, era possível ver as fendas por onde se descortinava a sexualidade do actor, por detrás da sexualidade da sua pessoa pública. Mas não se trata de um filme de “política sexual” e sim de um trabalho sobre a memória colectiva das imagens e sobre os mitos engendrados pelo cinema. E como Rock Hudson foi o actor preferido de Douglas Sirk, nada mais natural do que fechar este Ciclo com esta ambígua homenagem à vedeta. Mas atenção, esta sessão reserva outros atractivos obrigatórios para os sirkianos mais devotos...
Texto: Cinemateca Portuguesa