//

Rasgo de Génio

Votos do leitores
média de votos
Votos do leitores
média de votos
Drama 119 min 2009 M/12 13/05/2010 CAN, EUA

Título Original

Flash of Genius

Sinopse

Inspirado na história verídica de Robert Kearns (Greg Kinnear), professor universitário e inventor, que no final da década de 60 concebeu um equipamento que viria a revolucionar a indústria automóvel: o limpa-pára-brisas intermitente. Quando a sua criação é injustamente apropriada pela Ford Motor Company, toda a existência de Robert se reduz à defesa da sua honra e, contra tudo e todos, não desiste até que lhe seja feita justiça. Em 1990, vence finalmente em tribunal: a Ford é obrigada a pagar uma indemnização dez milhões de dólares e a patente do invento é registada em seu nome.
O filme marca a estreia na realização de Marc Abraham.

PÚBLICO

Críticas dos leitores

Rasgo de Génio

rene alves pereira

Filmaço
Continuar a ler

O Inventor Contra o Mundo

Fernando Costa

"Rasgo de Génio", que marca a estreia na realização de Marc Abraham, homem habitualmente ligado à produção (que curiosamente escreveu em parceria o episódio piloto da série de sucesso Modelo e Detective), não tráz nada de terrivelmente novo ao subgénero cinematográfico das grandes batalhas de David contra Golias, mas isso não quer dizer que "Rasgo de Génio" seja um filme incapaz. A 11 de Janeiro de 1993 o jornalista John Seabrook escreveu um artigo no seu jornal, o The New Yorker, com o título “Flash of Genius”. O extenso original de Seabrook (o link para o artigo está disponível no final desta crítica para quem o quiser ler), com mais de 12000 palavras contava a história de Bob Kearns, um inventor que nos anos 60 tinha tido um “rasgo de génio” (termo usado legalmente para designar o momento do aparecimento de uma ideia que leva à criação de qualquer coisa nova), conseguindo produzir um sistema de funcionamento intermitente e de controlo de velocidade para os limpa pára-brisas dos automóveis. É claro que o “rasgo de génio” foi apenas o começo uma longa história, uma vez que uma das grandes empresas do ramo automóvel, neste caso a Ford, rouba o invento a Kearns. Kearns inconformado e revoltado decide travar uma longa batalha legal, na qual se representou a si mesmo (porque não tinha dinheiro para advogados) e que só terminou bastantes anos mais tarde e a que posteriormente se seguiram outras contra outras empresas do ramo automóvel que tinham usado a sua invenção. Este artigo é seguido de perto por Philip Railsback, argumentista responsável por transportar para o grande ecrã a história verídica de Kearns. Marc Abraham percebe que este é um filme acerca da luta de um homem pela verdade, honestidade e justiça, num contexto geral mas em particular em relação ao seu trabalho. No fundo “Rasgo de Génio” é um trabalho sobre o ser humano. Abraham centra o filme na personagem real de Kearns, mas nunca cai na tentação de o transformar numa personagem “larger than life”, que na realidade Kearns é enquanto ser humano. A personagem parece cansada desde o início do filme e logo se percebe que há honestidade no ecrã – todos nós sabemos que manter um trabalho enquanto se cria uma família numerosa (a qual Kearns gosta e ama), tentando conseguir o melhor para nós e para a nossa família não é pêra doce. Este tipo de honestidade impede a “heroização” do protagonista. Quando a Ford rouba o seu protótipo e nega a validade das suas patentes Kearns perde temporariamente a sua sanidade mental porque lhe foi roubado o seu bilhete de fuga da sufocante vida da classe média mas também porque lhe roubaram todos os conceitos morais em que acreditava. Após isto a personagem muda e faz da luta pela verdade e justiça a sua bandeira. Bob é resistente, lutador e não desiste mas estas qualidades também transportam consigo um custo - Kearns está a fazer o que acredita ser o correcto mas o caminho é longo e árduo e Kearns fica durante um longo período de tempo sozinho, a fazer todo o seu trabalho legal. A família também sofre +e claro. Nunca pondo em dúvida o caminho que escolheu Bob vai ficando progressivamente mais cansado e nós sentimos isso, emana da sua própria pele. É a convivência entre a resistência e a força com esse desgaste que confere à personagem dimensão humana – força e fragilidade lado a lado. Umas breves palavras acerca das cenas passadas no tribunal: são filmadas competentemente e pode dizer-se mesmo de forma não corriqueira, aproveitando a particularidade Bob Kernear não ser profissional da advocacia, movendo-se e tendo uma linguagem completamente diferente da que um advogado teria na sala do tribunal permitindo alguma fuga ao habitual drama de tribunal. Se Abraham cumpre, o mesmo se terá de dizer sobre Greg Kinnear com uma interpretação segura e contida, evitando os facilitismos e as tentações já discutidas anteriormente – a responsabilidade por esta personagem tem de ser dividida por realizador e actor. O restante elenco, sobretudo Lauren Graham no papel da mulher de Kearns, contribuem para o filme não sair do tom e conseguem boas interpretações. Resumindo: “Rasgo de Génio” não é nada de novo mas é eficiente a contar a história que pretende; não é cinema de autor ou uma obra cinematográfica maior, mas cumpre o programa competentemente e não é desprovido de interesse. A ver. ** http://www.newyorker.com/archive/1993/01/11/1993_01_11_038_TNY_CARDS_000363341?currentPage=all
Continuar a ler

Envie-nos a sua crítica

Preencha todos os dados

Submissão feita com sucesso!