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Raparigas
Título Original
Las Niñas
Realizado por
Elenco
Sinopse
Espanha, Primavera de 1992. Celia (Andrea Fandos), estudante num colégio de freiras conhecido pelo seu rigor e conservadorismo, vive com a mãe, que faz o que pode para lhe dar a melhor educação. A adolescente, até aí tranquila, estudiosa e obediente, muda completamente quando conhece Brisa (Zoe Arnao), uma aluna vinda de Barcelona que ali chega cheia de confiança e de ideias diferentes. As duas tornam-se grandes amigas e entram juntas na complexa fase da adolescência, onde o mundo que até aí conheceram se transforma num lugar cheio de desafios.
Um drama sobre a adolescência realizado pela espanhola Pilar Palomero, na sua estreia em realização de longas-metragens. “Raparigas” recebeu nove nomeações para os Goya, arrecadando quatro: melhor filme, realização (Pilar Palomero), argumento original (Pilar Palomero) e fotografia (Daniela Cajías). PÚBLICO
Críticas Ípsilon
O espírito da Espanha dos anos 90
Espanha já deu grandes filmes sobre a infância e Raparigas não desmerece.
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4 estrelas
José Miguel Costa
"Raparigas", a primeira longa-metragem da realizadora espanhola Pilar Palomero, é uma sensivel e intimista crónica coming of age sobre um grupo de pré-adolescentes de um colégio de freiras na Espanha do início da década de 1990 (ainda sufocada pelos ditâmes castradores de um regime patriarcal e ultra-católico). <br /> <br />Penetramos num universo exclusivamente feminino e partilhamos das suas rotinas banais e primeiras (cândidas) experiências "pecaminosas" (a incursão na audição de músicas pseudo-alternativas; os tops que mostram o umbigo; o bafo de cigarro "sem travar"; o gole de álcool que ainda provoca caretas; os flirts não concretizados; a rebeldia contida contra a autoridade). <br />Todavia, todo este contexto, e ao contrário do que seria expectável, é partilhado sem grandes aparatos narrativos e explosões dramáticas. Estranhamente (ou não), tal acaba por ser a força motriz desta obra, uma vez que a mesma não é interessante pelo conteúdo em si, mas pela forma como o expõe. Fá-lo com recurso a uma cámara que capta de modo continuo (e quase exclusivamente) grandes planos dos rostos dos seus personagens (o que ainda tem mais impacto se consideramos que o filme opta por um formato 4.3 - que se traduz num ecrã de menores dimensões, quase quadrado), não deixando escapar quaisquer resquicios ao nível da sua expressividade (especialmente da angelical protagonista - fixem o nome desta criança, Andrea Fandos). E a delicadeza/maturidade destas filmagens jamais implica que sintamos uma eventual invasão excessiva do "espaço pessoal" e/ou sufoco (o que é de mestre!).
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