Rino Lupo começou a sua carreira como actor e assistente de Léonce Perret na Gaumont. Com Perret trabalhou em pelo menos três filmes durante o ano de 1912. O único que sobrevive é "Graziella La Gitane", onde se pode ver Lupo num pequeno papel, na cena em que os amigos do pintor André Darel (interpretado pelo próprio Perret) o felicitam pelo prémio que acaba de ganhar e que consiste numa viagem de estudo a Itália. Ali encontrará a bela cigana Graziella que trocará rapidamente por uma mulher mais sofisticada. Com Perret, sua primeira influência de peso, Lupo parece ter aprendido a predilecção pela rodagem em exteriores, pelo melodrama pitoresco e pelas histórias de raparigas do campo traídas por homens mundanos. "Graziella..." permite constatar isso mesmo, sendo possível encontrar aqui muitos dos futuros filmes de Lupo - e, muito particularmente, "Mulheres da Beira". "Wenn Völker Streiten" foi a primeira longa-metragem de Lupo. Obra de encomenda e filme de propaganda de guerra alemão, pouco espaço de manobra deve ter sobrado para uma intervenção mais pessoal de Lupo. O filme não foi um sucesso de bilheteira, mas foi uma das primeiras provas de que Lupo, camaleão do cinema europeu, saberia adaptar-se quase sempre aos temas, aos géneros e às modas dos sucessivos (e foram muitos...) meios cinematográficos que frequentou.

Texto: Cinemateca Portuguesa