Já vi o filme original (Kairo) e este remake "made in Hollywood" e parece-me que, embora este último seja baseado no primeiro, o seu género e propósito são um pouco diferentes. Se no original japonês há um interesse maior em abordar o lado "filosófico" do que é a morte e a solidão a que nos leva a sociedade da informação e da tecnologia, numa reflexão sobre os perigos da mesma (embora não me pareça de todo bem conseguida ou suficientemente aprofundada para que o consumidor mais desatento a entenda), e que utiliza aquilo a que alguns chamam de "terror lento" tão típico do asian horror para causar impacto e choque (e que mais uma vez não está tão bem conseguido como os clássicos japoneses "Ringu" ou "Ju on" ou no tailandês "Shutter"), o remake americano tenta utilizar a espectacularidade e efeitos especiais típicos do cinema hollywoodesco para o tornar num filme mais "soft" na reflexão e mais imediato para o consumidor mais "comercial". Ou seja, se o primeiro eu não classificaria como um filme de terror mas sim como um thriller sobrenatural que podia estar melhor, o segundo parece-me um filme de terror mal conseguido (porque não inova nada) a que falta a reflexão do original.

Mais um "remake" de uma obra-prima de "asian horror". Fujam a sete pés e vejam o original ("Kairo") porque esse sim causa calafrios para o resto da vida.