"Polina", a adaptação de uma novela gráfica (de Batien Vivès), realizado pelo bailarino Angelin Preijòcaj e a sua mulher (Valérie Muller), coloca em confronto a dança clássica versus contemporânea, tendo por base a história de uma jovem bailarina russa que, após ter atingido o objectivo de ingressar no austero e ultra-elitista Bolshoi, decide abruptamente, contra todas as expectativas, rumar para Paris para explorar bailados de natureza diversa. <br /> <br />Dramaticamente esta película é extremante modesta/light, na medida em que, para além de apostar numa narrativa simplista e recheada de clichés ("vistos e revistos" numa infinidade de outros filmes que abordam esta temática), recorre a toda uma abordagem maniqueísta (a título de exemplo, a Rússia surge retratada exclusivamente como "feia, porca e má" - tudo nela é austero e soturno - em contraste com a sempre "solarenga" França). Todavia, possui imagens de beleza ímpar, graças à competência com que a câmara é colocada em sintonia com a dança nalgumas das coreografias.