O Paraíso Queima
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Sinopse
Ver sessõesEntregues a uma mãe irresponsável que as abandona por longos períodos, Laura, de 16 anos, Mira, de 12, e Steffi, de sete, estão por sua conta num bairro operário da Suécia. Habituadas a lidar com a negligência, vivem de um modo caótico mas relativamente tranquilo, até Laura receber um telefonema da segurança social a avisá-las de que em breve terão uma visita. Preocupada em ser separada das irmãs, a rapariga decide encontrar alguém que se faça passar por mãe delas.
Um drama da autoria de Mika Gustafson, que conta com Bianca Delbravo, Dilvin Asaad, Safira Mossberg e Ida Engvoll nos papéis principais. PÚBLICO
Sessões
Críticas dos leitores
3 estrelas
José Miguel Costa
"O Paraíso Queima", primeira longa-metragem de ficção da sueca Mika Gustafson (vencedora da Mostra Horizonte no Festival de Veneza), apesar da temática dura que explora (o abandono infantil) foge à tentação fácil do dramalhão de fazer chorar as pedras da calçada, diluindo de modo equilibrado (e ritmado) os necessários momentos de tensão e angústia, inerentes a uma realidade hostil, com múltiplos episódios descontraidos/divertidos (transformando-a, em alguns momentos, num quase feel good movie sobre a adolescência rebelde sem amarras).
Esta sua característica, a par das potentes performances das 3 jovens protagonistas, consegue "agarrar-nos" e (quase) fazer-nos esquecer a existência de algumas falhas difíceis de digerir ao nível do argumento.
A acção decorre num bairro operário da Suécia e incide sobre a(s) vivência(s) de três irmãs (Laura, Mira e Steffi, respectivamente com 16, 12 e 7 anos) que gerem sozinhas o seu lar, dado a progenitora tê-las abandonado à sua mercê (por motivo - e período - que não nos é transmitido).
Independentemente da sua debilidade socioeconómica, bem como do pouco recomendável grupo de pares semi-marginal com o qual convivem (que tem por hobby a ocupação de casas, para aí curtirem os seus momentos de lazer), vão conseguindo manter-se à tona no meio de uma "desordem minimamente organizada" (graças a um forte espírito de irmandade que as une) e fora do radar da Segurança Social. Até ao dia em que uma delas se envolve numa briga na escola...
O filme exala vivacidade e "liberdade" quando se cinge ao território íntimo das interações/dinâmicas relacionais entre os jovens. Todavia, "perde-se" quando lhes adiciona personagens exteriores "sem sentido"/"desgarradas" e que não acrescentam nada ao argumento-base (felizmente, este handicap não é suficiente para minar por completo a sua sensibilidade intrínseca).
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