Os Abutres Têm Fome
Título Original
Two Mules for Sister Sara
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas dos leitores
Two mules for Sister Sara
Fernando Oliveira
Um cavaleiro solitário nas paisagens inóspitas do norte do México. Como companhia os animais selvagens: pumas, serpentes, as aranhas… Ouve gritos, depois de uma colina três homens tentam violar uma mulher; mata-os e fica surpreendido porque a mulher é afinal uma freira.
Neste tempo o México estava ocupado pelo exército francês, e a resistência é feita pelos homens comandados por Benito Juárez. Hogan é o cavaleiro solitário, e Sara a freira, o acaso e a ocasião juntam-nos numa jornada até à cidade de Chihuahua, com um plano enjorcado contra os franceses. Os motivos são diferentes, ele pelo dinheiro, ela…. ele num cavalo, ela numa mula.
Cedo o argumento assinado por Budd Boetticher e Albert Maltz nos faz questionar o comportamento daquela mulher. As suas ações e as suas ideias deixa Hogan, e a nós, estupefactos, e o filme torna-se um tremendo divertimento exactamente pelo confronto entre o pasmo de Hogan e a os comportamentos bizarros, as ideias estapafúrdias e a desenvoltura muito pouco própria de Sara.
Os episódios delirantes vão-se sucedendo e as conversas sugestivas vão apimentando a história. A verdade sobre Sara é-nos contada já em Chihuahua, e ainda há tempo para derrotar a guarnição francesa e de Sara partir montada numa mula atrás de outra “mula” – as duas mulas.
Realizado por Don Siegel (começou a fazer filmes ainda na década de quarenta e será o maior responsável, com Leone, pela imagem de “homem duro” – como neste filme - para as personagens interpretadas por Eastwood a partir do final dos anos sessenta) “Two mules for sister Sara” é um western que não é bem um western, e que consegue um equilíbrio magnífico entre a comicidade das situações e a encenação bastante dura da violência, o realismo duro da vida no México na segunda metade do século dezanove.
Entre a aparente rudeza do Hogan interpretado por Eastwood e a truculência da Sara interpretada por uma divertida e extraordinária Shirley MacLaine. E a música é de Ennio Morricone. Não é um lamento (ou se calhar, até é), mas já não se fazem filmes assim. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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