O Orfeu que faz o seu testamento é o próprio Jean Cocteau, que, quatro anos antes de morrer, faz neste filme, o mais livre de todos os que realizou, o seu balanço de artista e revisita a sua obra. Numa sucessão de segmentos, Cocteau reencontra personagens dos seus livros e dos seus filmes, cruza brevemente amigos célebres (Picasso, Dominguin, Yul Brynner, Serge Lifar), é julgado, "condenado a viver", é morto e ressuscita. O filme é dedicado "por um poeta às juventudes sucessivas que sempre o apoiaram". A música é de Georges Auric, cúmplice de Cocteau desde os tempos da Primeira Guerra Mundial e autor de dezenas de partituras de filmes. Texto: Cinemateca Portuguesa