Umas das mais célebres e inesquecíveis comédias dos anos de ouro do cinema português, "O Pátio das Cantigas" retrata um típico bairro lisboeta em vésperas das festas populares e as (muito diferentes) pessoas que nele habitam, os seus sonhos, desilusões, paixões, ciúmes e alegrias: Alfredo, um bom rapaz; o irmão, Carlos, que é um estouvado e namora a frívola Amália; a irmã desta, a Suzana, que suspira por Alfredo; o guitarrista bêbedo Narciso (Vasco Santana), que é pai de Rufino (Ribeirinho) e seu sócio na leitaria do bairro; a Dona Rosa, uma viúva bem humorada, que ganha a vida a vender flores e cuja atenção é disputada entre Narciso e o merceeiro Evaristo Droguista (António Silva), que é pai da invejosa e mimada Celeste; e o Engenhocas, sempre de volta das suas experiências radiofónicas. O filme, escrito pelos irmãos Ribeirinho e António Lopes Ribeiro, em parceria com Vasco Santana, assenta num delicioso jogo de diálogos com sabor de revista e em algumas cenas e frases que acabaram por ganhar vida própria, como é o caso de Vasco Santana a pedir lume a um candeeiro da via pública ou do "Evaristo tens cá disto?" PÚBLICO