O Meu Ano com Salinger
Título Original
My Salinger Year
Realizado por
Elenco
Sinopse
Críticas Ípsilon
Esmagados pela literatura
Raramente se sai de uma tepidez insípida digna do mais anónimo telefilme.
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O meu ano com Salinger
Fernando Oliveira
Como toda a gente sabe, são os filmes que fazem as histórias, e não contrário. Portanto um filme também pode ser apenas isso: uma história bem contada, com alguma eficácia formal e alguma inteligência narrativa, sabendo balancear muito bem a comédia e o drama. “O Meu Ano Com Salinger”, realizado por Philippe Falardeau em 2020 é um desses filmes. A história de uma jovem estudante, Joanna (o livro que inspira o argumento é autobiográfico, escrito por Joanna Rakoff), que nos anos noventa vai viver para Nova Iorque para se inspirar a escrever poesia; arranja emprego como secretária na agência literária que representa J.D. Salinger, e na maneira como vai evoluindo a sua “relação” com o escritor (ora se “Uma agulha no palheiro”, o seu primeiro romance em 1951, sobre a “tristeza” alienante na adolescência, foi um livro que tocou muitos jovens; o autor tinha-se afastado do mundo, vivendo quase em reclusão, e foi por esta altura que resolveu voltar a publicar um livro) e com a sua pouco amistosa chefe, vai aprender a decidir a sua vida. O filme pode tocar algumas vezes no lugar-comum, mas Falardeau é um artesão seguro, não estraga, sabe manter a história naquele registo alleniano que nos diverte e emociona; e é uma delicia ver Margaret Qualley naquela personagem parte ingénua, parte ternura, mas cheia de vontade de viver “livre”; e ver Sigourney Weaver a fazer bem o que sabe fazer: representar. É o que podemos chamar um filme muito bonito. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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