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O Mal Não Existe

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Acção, Drama 151 min 2020 10/12/2020 Irão, República Checa, ALE

Título Original

Sheytan Vojud Nadarad

<div>Rodado em segredo, um filme que reflecte sobre a pena de morte e o modo como ela afecta o quotidiano dos iranianos comuns. Sob um regime autoritário, várias pessoas são obrigadas a lidar com ordens de execução de penas capitais. Se algumas a cumprem como uma tarefa obrigatória e avançam com as suas vidas, outras há que, pelo contrário, se recusam a fazê-lo, assumindo as consequências que essa escolha trará para as suas vidas e para a dos que lhes são próximos. </div> <div>Vencedor do Urso de Ouro no 70.º Festival de Cinema de Berlim, um filme dramático com assinatura do realizador iraniano Mohammad Rasoulof ("Lerd"). Dado o tema de "O Mal Não Existe", o regime iraniano proibiu o cineasta de se deslocar a Berlim, condenando-o a um ano de prisão por "propaganda contra o sistema". Esta é uma co-produção entre companhias do Irão, Alemanha e República Checa, e conta histórias que oferecem "variações sobre os temas cruciais da força moral e da pena de morte, questionando até que ponto a liberdade individual pode ser expressada sob um regime despótico e as suas aparentemente inescapáveis ameaças". PÚBLICO</div>

Críticas Ípsilon

O tema e nada mais

Jorge Mourinha

Urso de Ouro no festival de Berlim, o filme do iraniano Mohammad Rasoulof é um filme de tema “à antiga” — bem feito, mas sisudo e didáctico.

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Sessões

  • Lisboa

Críticas dos leitores

A pena de morte como tema comum

Nazaré

Dois segmentos de quem executa, e dois de quem não executa (sabendo das consequências) formam um mural de protesto contra a pena de morte no Irão. Embora se sinta que é um bocado prolongado, ou que o último segmento está a mais, vale a pena ver. Excelentes interpretações de toda a gente. Gostei especialmente do 2.º segmento, mas todos estão muito bem.
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Matar ou não matar?

Cinéfilo

O filme é bom, mas não excepcional. <br />O título é enganador. <br />A ver.
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O Mal (não) existe quando cumprimos ordens

Nelson

Apenas duas pessoas numa das sala de cinema que estreou este filme esta semana. Pedia-se melhor dignidade para o vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim, mas a crise pandémica está a aniquilar a indústria cinematográfica e o streaming está a acabar por ser uma escapatória de último recurso. <br /> <br />Em relação a este filme é constituído na prática por 4 histórias independentes sobre a mesma temática: aqueles que de uma forma ou de outra estão envolvidas na tarefa de executar pessoas no Irão. Ao contrário do que poderíamos pensar, no Irão esta cruel tarefa é atribuída muitas vezes a jovens recrutas no cumprimento do seu serviço militar obrigatório. <br /> <br />E este facto transforma este filme, que poderíamos pensar que era específico de temas de Irão, numa discussão global sobre a pena de morte. Será que cada um confrontado com uma ordem legal para executar uma pessoa o faria? Principalmente se o não acarretar dessa ordem implicaria represálias pessoais graves e irreversíveis para o resto da nossa vida? Este dilema sobre a responsabilidade e escolhas individuais é refletido nestas 4 histórias que se desenvolvem e apresentam desfechos totalmente distintos. <br /> <br />É difícil dizer qual destas histórias é a mais bem conseguida, penso que depende da perspetiva pessoal de cada um. Gostei mais da 1ª pelo seu final abruto, chocante e inesperado num decorrer de uma história familiar aparentemente normal e da 3ª história porque nos recorda o quão fácil é alguém cometer o mal com a desculpa de cumprir ordens. <br /> <br />Mas globalmente gostei bastante do filme que merecia mais público e que a COVID não serve totalmente como desculpa, e isto atendendo ao enorme fluxo enorme de pessoas que naquele dia faziam compras de Natal no mesmo centro comercial onde assistia a este filme.
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O Mal (não) existe quando cumprimos ordens

Nelson

Apenas duas pessoas numa das sala de cinema que estreou este filme esta semana. Pedia-se melhor dignidade para o vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim, mas a crise pandémica está a aniquilar a indústria cinematográfica e o streaming está a acabar por ser uma escapatória de último recurso. <br /> <br />Em relação a este filme é constituído na prática por 4 histórias independentes sobre a mesma temática: aqueles que de uma forma ou de outra estão envolvidas na tarefa de executar pessoas no Irão. Ao contrário do que poderíamos pensar, no Irão esta cruel tarefa é atribuída muitas vezes a jovens recrutas no cumprimento do seu serviço militar obrigatório. <br /> <br />E este facto transforma este filme, que poderíamos pensar que era específico de temas de Irão, numa discussão global sobre a pena de morte. Será que cada um confrontado com uma ordem legal para executar uma pessoa o faria? Principalmente se o não acarretar dessa ordem implicaria represálias pessoais graves e irreversíveis para o resto da nossa vida? Este dilema sobre a responsabilidade e escolhas individuais é refletido nestas 4 histórias que se desenvolvem e apresentam desfechos totalmente distintos. <br /> <br />É difícil dizer qual destas histórias é a mais bem conseguida, penso que depende da perspetiva pessoal de cada um. Gostei mais da 1ª pelo seu final abruto, chocante e inesperado num decorrer de uma história familiar aparentemente normal e da 3ª história porque nos recorda o quão fácil é alguém cometer o mal com a desculpa de cumprir ordens. <br /> <br />Mas globalmente gostei bastante do filme que merecia mais público e que a COVID não serve totalmente como desculpa, e isto atendendo ao enorme fluxo enorme de pessoas que naquele dia faziam compras de Natal no mesmo centro comercial onde assistia a este filme.
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5 estrelas

José Miguel Costa

O filme "O Mal Não Existe", rodado em segredo por Moahammad Rasoulf (por estar impedido pelas autoridades iranianas de filmar - bem como de se ausentar do país), implicou a sua condenação a um ano de prisão (após exibição, em março, no festival de Berlim, no qual arrecadou o Urso de Ouro) por alegada propaganda ideológica anti-regime. <br /> <br />Trata-se de uma antologia que reune quatro intensas/emotivas histórias pessoais independentes que se entrelaçam exclusivamente pela temática abordada, a pena de morte sob a perspectiva de quem tem de executá-la in loco. <br />Deste modo, confronta-nos (recorrendo ao uso inteligente da ironia, comicicidade e do inevitável drama) com os dilemas morais e éticos de quatro indivíduos ao serviço do Estado quando instigados ao cumprimento de tal tarefa desumanizadora que os condicionará perpetuamente. E fá-lo sem desculpá-los ou vilanizá-los, optando por dar ênfase ao(s) seus sofrimento(s) qualquer que seja a opção destes de (des)obedecerem ao Sistema opressor que esmaga a sua liberdade individual. <br />Uma lição de humanismo!
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O Mal não existe

Maria Pontes

A questão que o filme levanta, e tem como lugar o Irão, é muito ampla e profunda. Dirige-se a toda a humanidade. Prende-se com o pleno exercício do imperativo categórico que proibiria um ser humano querer matar outro ser humano. Enquanto a humanidade albergar, no seu conjunto, um elemento que legalmente pode mandar matar, ou ser autorizado a fazê-lo quando quiser, não temos o direito de nos pensar como a espécie mais evoluída a habitar a Terra. <br /><br />Comece-se por não querer subsidiar o investimento em armamento, seja de que tipo for. A guerra pode bem ser ganha ou perdida apenas através das palavras, da negociação. Este modo de fazer guerra pode prolongar a vida humana sobre o planeta. O uso de armas para submeter, não. Porque o acto de submeter o outro pela força, só por si, já nos distancia, a todos e cada um, da meta que almejamos: a ETERNIDADE.<br /> <br />
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