O domínio do espiritual tem destas coisas: só o apreende (embora sempre de forma limitada, à medida do humano) quem a isso está disposto e lhe abre os olhos da alma. Quem se propõe fazer leituras de um filme como este, diferente em todos os aspectos daqueles que hoje são mais bem quistos, com base em preconceitos de um mundo que venera sobretudo a matéria e a razão, não chega lá, porque esta é uma realidade que transcende, em muito, essa perspectiva.<BR/>Vejamo-lo, por isso, com os olhos da alma, os olhos do nosso espírito humano que é tanto mais belo quanto mais fiel se revela ao Deus que o criou, pois só assim conseguiremos apreender a verdadeira beleza deste documentário que só é «socialmente incorrecto» na aparência.

Confesso-me bastante ansioso para ver o filme. Concordo com parte da crítica: é a penetração cinematográfica num mundo interdito ao comum dos mortais que motiva a adesão ao filme. <BR/><BR/>O caso português será, como é habitual, diferente. Um filme de três horas, sem legendas, sem falas, sobre um grupo de gente que vive rotineiramente num mosteiro? Uma película sem a ousadia sexual d'O Crime do Padre Amaro, esse estrondoso sucesso de bilheteira, não merece ser vista! <BR/><BR/>A não perder. Por alguns, claro. Mais uma vez se prova que o cinema não é uma arte para todos.