É uma das mais interessantes primeiras obras do cinema americano dos anos 90. Mas foi massiçamente ignorado pela crítica, que viu no filme um compêndio de tiques do "cinema independente americano" numa altura em que essa escola começava a entrar em descrédito. Para tal terá contribuído o facto de ter sido realizado por um dos actores mais populares vindo da área independente, Steve Buscemi, que trabalhou para Tarantino, para DiCillo e para os irmãos Coen. Quem quiser agora olhar "O Bar da Esquina" sem preconceitos, irá encontrar um retrato desencantado de "loosers", palhaços tristes entorpecidos pelos vapores etílicos que saem dos copos obstinadamente alinhados sobre o balcão do bar para onde vão em retiro alcoólico. "O Bar da Esquina" é uma obra divertida mas profundamente melancólica, fazendo conviver uma implacável crueldade e solidão (herdadas de John Cassavetes) com uma doçura comovente.<p/>PUBLICO.PT