O Banquete do Amor

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Romance, Drama 102 min 2007 M/16 24/01/2008 EUA

Título Original

Feast of Love

Sinopse

Num café, numa pequena comunidade do Oregon, o professor e escritor Harry Stevenson (Morgan Freeman) assiste às peripécias amorosas dos residentes da cidade. Harry observa atentamente o amor a fazer das suas, afectando a vida de todos à sua volta. Desde o dono do café, Bradley, um incorrigível romântico que procura sempre o amor nos sítios errados, como acontece actualmente com a mulher Kathryn, até Diana, uma agente imobiliária que se envolveu com um homem casado, não esquecendo a bela recém-chegada Chloe que desafia o destino ao namorar com o perturbado Oscar. <br/> E Harry, que perdeu recentemente alguém muito próximo, também não escapará incólume às peripécias do Cupido. <p/>PÚBLICO

Críticas dos leitores

O Banquete do Amor - Os Humanos Como Prato Principal

Ant�nio Merc�s

"O Banquete do Amor" apresenta-se como um exerc�cio de reflex�o sobre a complexa e dif�cil tem�tica dos relacionamentos humanos: em sociedade, com os outros e, pricipalmente, connosco pr�prios.<BR/><BR/>Partindo deste mote, s�o-nos apresentadas diversas situa��es atrav�s das quais se procura(ou) demonstrar a complexidade inerente a esta quest�o - com particular incid�ncia sobre os relacionamentos de cariz amoroso. Atentemos nos seguintes exemplos: o pacato dono do caf� local (Greg Kinnear) que � subitamente traido e abandonado pela mulher (Selma Blair), em troca por outra mulher (Stana Katic) - chega a ser quase comovente a necessidade que a esposa tem em tra�r o marido, asfixiada por uma rela��o com a qual j� n�o se identifica e, com a particular agravante de o pr�prio marido n�o a conhecer minimamente - algo que acaba por se revelar de forma desastrosa nas v�s tentativas que este enceta de modo a poder ir ao encontro dos gostos e/ou necessidades desta; o mesmo dono do caf�, que tenta desta vez a sua sorte com a agente imobili�ria local (Radha Mitchell) - contudo, esta segunda tentativa revela-se igualmente condenada ao desastre, na medida em que a dita agente imobili�ria mant�m uma rela��o extra-conjugal com um homem tamb�m ele casado (Billy Burke). Ap�s v�rios anos de "rela��o paralela", ambos chegam � conclus�o de que necessitam de abandonar os respectivos parceiros e finalmente oficializam o seu relacionamento; por fim, a j� ic�nica figura do caf�, qual rom�ntico inveterado, que parece finalmente obter o t�o almejado e merecido amor incondicional por parte da companheira ao conhecer uma m�dica (Erika Marozs�n) - curiosamente, ao ferir-se numa tentativa de compreender a jun��o entre dor f�sica e psicol�gica (na ressaca do final da rela��o com a agente imobili�ria).<BR/><BR/>Outra quest�o pertinente levantada por este filme refere-se at� que ponto vivemos "segundas vidas", ou somos "esquizofr�nicos", de modo a representarmos o nosso papel social - vivendo assim de apar�ncias, as quais s�o aben�oadas pelas expectativas que os outros e a pr�pria sociedade depositam sobre os indiv�duos (ou seja, todos n�s). Da� a necessidade em criarmos "m�scaras", que funcionam como subterf�gios (de modo a que a press�o suscitada pelas expectativas criadas seja, nem que por breves instantes, aliviada e tornada suport�vel).<BR/><BR/>Igualmente importante � a no��o de que temos de aproveitar ao m�ximo e da melhor maneira poss�vel o tempo de vida �til de que dispomos - de modo a desfrutarmos da companhia de que amamos sem nos lamentarmos ap�s o seu desaparecimento f�sico. � esta a principal motiva��o que guia a rapariga Chloe (Alexa Davalos) ao aperceber-se da s�ria probabilidade de vir a perder o seu namorado Oliver (Toby Hemingway) - o que acaba por suceder. Antes de o inevit�vel acontecer, ela tudo faz para que possa aproveitar da melhor maneira poss�vel o tempo que ainda lhes resta juntos. Isto � enfatizado quando o professor (Morgan Freeman) confessa � sua mulher (Jane Alexander), com a qual mant�m uma rela��o e casamento duradouros, de que seria insuport�vel conceber a imagem de um deles permanecer e outro ficar - ambos encontram-se diante de um espelho quando tais palavras s�o proferidas. Ou seja, � portanto inconceb�vel a no��o de que tudo aquilo que foi partilhado em conjunto possa ter significado ap�s a necess�ria partida de um dos intervenientes. Urge portanto rentabilizar-se o tempo ainda restante da melhor maneira poss�vel.<BR/><BR/>A capacidade que os humanos desenvolvem de modo a puderem ultrapassar a dor e sofrimento da perda � igualmente abordada. � um mecanismo que � necess�rio ser explorado, comprovando a nossa "plasticidade" a este n�vel. Como � o caso do casal que j� entrou na terceira idade e que havia perdido o seu �nico filho, decidindo "adoptar" a rapariga que havia subitamente tornado vi�va. Deste modo ser� mais f�cil de suportar a dor e, de qualquer das maneiras, a vida continua sempre para aqueles que c� ficam.<BR/>Prevalece uma mensagem de esperan�a no final da narrativa f�lmica - a no��o de que � necess�ria coragem para se continuar a viver e a acreditar, independentemente das vicissitudes do percurso.<BR/><BR/>Soberbo desempenho do elenco principal, com particular destaque para Morgan Freeman - "apetrechado" com o seu habitual charme em frente � c�mara - mostrando seguran�a e determina��o na constru��o da sua personagem (o homem que j� viveu e tem plena consci�ncia daquilo que � a Vida, como consequ�ncia directa da sua experi�ncia pessoal).<BR/><BR/>Em suma, um grande filme do conceituado Robert Benton.
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