O filme “No Romper da Luz”, do realizador islandês Rúnar Rúnarsson, é um drama juvenil contido (até algo “frio”) sobre perda e luto. A sua narrativa minimalista (que abdica de grandes enredos e reviravoltas), impregnada de silêncios, coloca em segundo plano a tragédia em si (a morte de um rapaz num acidente), focando-se em captar pacientemente as reações (sobretudo o “indizivel”/linguagem não verbal) dos amigos próximos da vítima (através de constantes grandes planos dos seus rostos), nas horas seguintes ao pós-evento trágico.

O enredo central gira em torno de Una, uma jovem que namorava em segregado com o seu colega da banda musical, dado este ter uma namorada (com a qual pretendia terminar a relação no próprio dia do falecimento), pelo que apesar da dor lancinante que a consome vê-se impedida de expressar os seus sentimentos com os demais (e, como se tal não fosse suficientemente atroz para si, ainda se vê confrontada com a necessidade de prestar apoio à “rival”). @jmikecosta