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Misericórdia

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Drama, Comédia 104 min 2024 M/14 27/03/2025 ESP, FRA, POR

Título Original

Jérémie chega a Saint-Martial, a cidade francesa onde cresceu, para assistir ao funeral do seu antigo patrão. Depois da cerimónia, pergunta a Martine, a viúva, se pode ficar em casa dela durante alguns dias. As coisas complicam-se quando se vê envolvido no desaparecimento de Vincent, o filho de Martine.

Estreado no Festival de Cinema de Cannes, este um "thriller" sobre religião, moralidade e desejos reprimidos recebeu o prémio Louis Delluc e conta com assinatura de Alain Guiraudie ("Os Bravos Não Têm Descanso", "O Rei da Evasão", "O Desconhecido do Lago", "Na Vertical") e interpretações de Félix Kysyl, Catherine Frot, Jean-Baptiste Durand e Jacques Develay. PÚBLICO

Sessões

  • Lisboa

Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

Jerémie (Félix Kysyl), um enigmático e solitário trintão (cuja identidade, passado e intenções presentes manter-se-ão propositadamente dúbias no decorrer da acção), retorna, após vários anos de total ausência, a uma aldeia isolada do interior de França, para assistir ao funeral do antigo patrão, um padeiro, ao qual estava intimamente ligado por nebulosos laços afectivos que iam para além da mera conexão profissional.

A sua aparição inesperada gerou um misto de emoções antagónicas no circulo relacional mais próximo do falecido (nomeadamente, na "viúva alegre", no filho descompensado e respectiva companheira, no idoso padre "sexuado" e num vizinho eremita), já que todos, sem excepção, demonstram nutrir um oculto sentimento especial pelo dito cujo (inclusive, de natureza carnal) e, em simultâneo, querem ver-se livre dele o mais rápido possível, em virtude de uma série de segredos não especificados.

No entanto, o que estava previsto ser uma estadia de curta duração, acabou por prolongar-se, a convite da viúva (com a qual passou a partilhar a casa), o que gerou um conflito aberto (alegadamente por ciúmes) com o filho desta, que, posteriormente, desapareceu sem deixar rasto, gerando uma série de interrogações/suspitas.

Com este "Misericórdia" (uma transgressiva mistura de suspense com comédia burlesca que ironiza sobre a natureza humana, desejos inconfessados, religião e morte) o realizador Alain Guiraudie conseguiu, finalmente, cativar-me, algo impensável nos seus anteriores filmes, "O Desconhecido do Lago" e "Na Vertical".

Provavelmente, por ser povoado por um universo de inusitadas personagens indefiníveis com comportamentos dispares (mais intrigantes que o próprio enredo) emaranhadas numa série de eventos irreais e sem sentido aparente (que são encarados como se fossem "a coisa mais verosímil do mundo").

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