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Martin Eden
Título Original
Martin Eden
Realizado por
Elenco
Sinopse
Martin Eden toda a vida sonhou ser escritor. Mas, oriundo de uma família de pescadores, ele está ciente de que só muito a custo conseguirá atingir os seus objectivos. Como nunca teve a oportunidade de se instruir convenientemente, ele é um autodidata dedicado. Certo dia, salva Arturo, um jovem de uma família abastada, de uma escaramuça em que está envolvido. Como forma de reconhecimento, Arturo convida-o para sua casa, onde Martin vem a conhecer a bela e sofisticada Elena, irmã do novo amigo. Apaixonado por ela, Martin vai fazer os possíveis para se fazer notar e mudar as circunstâncias ditadas pelo seu nascimento.
Em competição pelo Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza – onde Luca Marinelli arrecadou o Prémio Volpi Cup de Melhor Actor –, um drama realizado pelo italiano Pietro Marcello. O argumento, da autoria de Marcello e de Maurizio Braucci, inspira-se vagamente no romance homónimo escrito, em 1909, por Jack London. Para além de Marinelli no papel do protagonista, o elenco conta ainda com Giustiniano Alpi, Carlo Cecchi, Jessica Cressy, Vincenzo Nemolato e Marco Leonardi, entre outros. PÚBLICO
Críticas dos leitores
3 estrelas
José Miguel Costa
Martin Eden", a primeira longa metragem ficcional de Pietro Marcello (coproduzida por Itália, França e Alemenha), é um drama de época, rodado em formato 16 mm (com un je ne sais quoi de estética nouvelle vague e de "neorealismo colorido"), que nos transporta até à Nápoles da primeira metade do século XX para acompanhar a evolução literária (e libertária) do protagonista que dá nome à obra. <br /> <br />O filme relata-nos a epopeia (com muitos cortes temporais, que o transformam num produto descontínuo e cheio de "buracos" que careciam de informação suplementar) de um self made made writter (um pobre marinheiro sem instrução que, por amor a uma jovem aristocrática, resolve de um dia para o outro - literalmente - tornar-se num escritor ... maldito ). <br /> <br />Apesar de revelar-se hiperbolicamente romântico (do género trágico e quase irrealista), bem como algo ambiguo em termos narrativos (nunca chegamos a concluir, em definitivo, se o Martin Eden é um socialista ou um individualista - já que vocifera contra a exploração dos eternos "escravos" por parte de uma pequena elite e, em simultâneo, prega as virtudes da meritocracia, desdenhando daqueles que acreditam nas virtudes de uma utópica igualdade), não deixa de ser interessante/apelativo. Graças à enxurrada de citações autorais, declamações e discursos inflamados e crus (algo soltos, é certo) com que somos "bombardeados" (e que nos impelem à reflexão). <br />Dois outros aspectos (positivos) merecem ainda realce, a interpretação de Luca Marinelli (que lhe valeu o prémio de melhor actor no festival de cinema de Veneza) e a inserção na narrativa de curtas sequências documentais (impactantes) captadas na época que retrata.
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