Manas
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Marcielle, de 13 anos, vive com os pais e os irmãos na Ilha de Marajó, no Pará, uma região marcada pela pobreza, pelo isolamento e pela violência estrutural. Quando a irmã mais velha foge de casa com um homem mais velho, a rapariga começa a colocar em causa a forma como as mulheres são tratadas na comunidade. Empenhada em quebrar o silêncio, ela decide enfrentar os abusos a que foi sujeita e a que sempre assistiu, dentro e fora da própria casa.
Co-produção entre Portugal e Brasil, Manas é um drama social sobre violência familiar e emancipação feminina realizado pela estreante Marianna Brennand, que se inspira em testemunhos de famílias, assistentes sociais e outros profissionais envolvidos na luta contra a violência na região amazónica.
Estreado no Festival de Veneza, foi distinguido com o "Director’s Award" da mostra "Giornate Degli Autori". No Festival de Cannes, a realizadora recebeu o prémio "Women In Motion". O filme conta com as interpretações de Jamilli Correa, Dira Paes, Fátima Macedo e Rômulo Braga. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Manas: os horrores escondidos da Amazónia
No filme de Marianna Brennand há ressonâncias e sugestões, ecos assombrados que rimam com o ambiente da floresta.
Ler maisCríticas dos leitores
3 estrelas
José Miguel Costa
"Manas", primeira longa-metragem ficcional dirigida por Marianna Brennand (galardoada com o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cinema de Veneza), fruto de uma co-produção luso-brasileira, é um intimista e delicado drama social, em modo coming-of-age, sobre a temática dos abusos sexuais de menores no seio familiar, prática comum no interior profundo do Brasil, que conta com o devastador silêncio cúmplice das patriarcais e misóginas comunidades locais (e a impotência do quase inexistente sistema judicial).
A acção decorre num cenário aparentemente idílico (apesar do contexto de pobreza sistémica), a Ilha de Marajó, no Pará (em plena floresta amazónica), e a sua narrativa (construída pela própria realizadora, tendo por base um exaustivo levantamento de testemunhos reais) centra-se nas vivências de uma adolescente de treze anos (residente numa precária barraca palafita conjuntamente com os pais e 3 irmãos), após ser abruptamente confrontada (na condição de vítima) com o facto de que o verdadeiro perigo à sua integridade física e psicológica encontra-se na sua bolha familiar.
Esta história de perda de inocência, exposta através de uma cativante linguagem eminentemente documental, inicia-se num quotidiano aparentemente sereno, sendo que o clima de tensão em torno deste agregado familiar vai-se instalando progressivamente, mas jamais de forma explícita.
A realizadora opta por uma abordagem humanizada, recusando a via do voyeurismo choque e/ou panfletista (sem que tal a impeça de espetar-nos um "valente murro no estômago"). Nada é óbvio, apenas subtilmente sugerido, com recurso a um elaborado conjunto de planos, sequências e interações (sobretudo não verbais) que vão revelando o espírito corroído da jovem protagonista (a encantatória actriz não profissional Jamilli Correa). @jmikecosta
Uma história emocionante
Leonardo Silveira
Ao contrário do crítico do Cinecartaz que parece nem ter assistido ao filme ou tentado entender a mensagem que o mesmo quer passar, eu achei a história magnificamente bem contada e as atuações muito convincentes. Fiquei vidrado do começo ao fim e é um dos filmes favoritos à indicação pelo Brasil para concorrer a uma vaga no Óscar 2026, agora com Sean Penn como produtor executivo.
Abuso
JN
Retrato interior e exterior muito bem feito: a densidade das florestas, a pobreza social e cultural, a supremacia do pai que, em vez de proteger as filhas, as trai...
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