Luzzu

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Drama 94 min 2021 M/14 09/06/2022 Malta, EUA

Título Original

Sinopse

Jesmark nasceu e cresceu em Malta e faz parte de várias gerações de pescadores. Um dia, repara que Luzzu, o seu velho barco e única forma de subsistência, tem um buraco e começou a meter água. Com a responsabilidade de sustentar a mulher e o bebé de ambos, a quem foi diagosticado um problema de saúde que requer cuidados dispendiosos, este homem avê-se forçado a trabalhar para um grupo de pescadores ligados ao mercado negro. Mas essa decisão vai destruir o já frágil equilíbrio da sua vida.
Estreado no Festival de Cinema de Sundance, um drama com realização e argumento do estreante Alex Camilleri e a participação dos actores Jesmark Scicluna, Michela Farrugia, David Scicluna, Marta Vella e Timur Ali. PÚBLICO

Críticas dos leitores

4 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Luzzu" (nome dos pequenos barcos de madeira típicos de Malta), escrito e realizado pelo estreante Alex Camilleri, é um (quase) docudrama com um forte odor a neorrealismo italiano, que faz o retrato social do país (mais concretamente da emblemática vila piscatória de Marsaxlokk) escondido por detrás da beleza dos postais turísticos.
Filmado num registo naturalista, com recurso total a câmara de mão, sempre colada ao magnético protagonista (Jesmark Scicluna, um pescador local, actor não profissional - tal como os restantes intervenientes -, vencedor do prémio especial do júri para melhor interpretação do Festival de Sundance), por forma a não perder qualquer "diálogo do seu rosto".

Jesmark é um jovem (forte e cabisbaixo) que efectua pesca tradicional, por conta própria, em permanentes dificuldades financeiras para sustentar a família devido às fracas safras (por esgotamento do ecossistema e concorrência impiedosa da indústria pesqueira).
No entanto, a sua condição agravar-se-á substancialmente após o seu barco começar a meter água (vendo-se impossibilitado de navegar até que o mesmo seja consertado) e o filho recém-nascido passar a necessitar de cuidados médicos especializados.
Perante tal desespero vê-se empurrado para a prática de uma série actos ilicitos prejudiciais para os pequenos pescadores tradicionais, ao serviço de um dos responsáveis pela lota local e, inclusive, equaciona abater o seu barco a troco de uma indemnização por cessação de actividade (algo até entao impensável).

Com base nesta história o realizador traça um cenário impiedoso de uma sociedade conservadora (mas que, de modo incoerrente, parece renegar as tradições locais) e ultra-religiosa, ainda muito estratificada socialmente, minada pela corrupção e em constante pressão estatal para o desmantelamento das micro-empresas "ancestrais" (de acordo com directrizes emanadas pela União Europeia) para dar lugar às grandes multinacionais.
E a nossa caminhada com o Jesmark torna-se angustiante, pois sabemos antecipadamente que esta luta de "Davides contra Golias" não terá um final literário.

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