Único filme realizado por Mário Peixoto, então com 19 anos, Limite foi recebido com entusiasmo pela crítica, mas foi rapidamente retirado de circulação pelo seu autor, que o ocultou durante mais de quarenta anos. Em fins dos anos 70, Peixoto finalmente consentiu no restauro e na exibição do filme. Foi uma revelação: impregnado do espírito da vanguarda e estruturado em flashbacks, trata-se de um belíssimo exemplo do cinema mudo tardio, numa alegoria sobre a condição humana: um homem e duas mulheres, perdidos num bote, limitados no ilimitado universo, evocam as suas vidas pregressas. PÚBLICO