"Liberdade" é uma abordagem sobre a existência, um retrato da realidade com a habitual profundidade que o realizador lituano Sharunas Bartas tem usado na sua filmografia. Um filme em surdina, com a mesma atitude estética de "A Casa", a anterior longa-metragem de Bartas. O cenário é a costa atlântica e o deserto de Marrocos. Dizzy, Rotamon e Fabia, três traficantes de droga, conseguem fugir após uma operação mal sucedida. Apesar de se escaparem à polícia, a fuga leva-os até ao deserto onde vão deambular em silêncio, sem comida, água e abrigo. Um deles, Rotamon, decide partir sozinho, deixando para trás Dizzy e Fabia. A relação que existe entre os dois é de estranheza; pertencem a diferentes gerações e nem sequer falam a mesma língua. Mas, apesar de tudo, vai nascer entre Dizzy e a jovem rapariga um sentimento forte de cumplicidade. Vagueando sem destino, os dois acabam por ser acolhidos por uma comunidade pobre de uma antiga vila colonial... No Festival de Veneza o filme conquistou o prémio de melhor filme na relação homem-natureza e Bartas viu o seu nome nomeado para o Leão de Ouro.<p/>PUBLICO.PT