Saint Omer

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Drama 122 min 2022 M/12 04/05/2023 FRA

Título Original

Saint Omer

Sinopse

Rama, uma escritora em busca de inspiração para um romance que tenciona escrever sobre o mito de Medeia, assiste ao julgamento de Laurence Coly no Tribunal de Saint Omer (França). Coly, estudante senegalesa, é acusada da morte da filha de 15 meses, que abandonou numa praia para ser levada pelas ondas. Rama, que se encontra grávida e que também tem ascendência senegalesa, sente uma estranha conexão com aquela mulher. E isso vai fazê-la questionar as próprias escolhas e as enormes mudanças que estão prestes a acontecer na sua vida.
Estreado na 79.ª edição do Festival de Cinema de Veneza – onde ganhou o Leão de Prata e o prémio Luigi de Laurentiis, conhecido como o "Leão do Futuro" –, este drama parte de um evento verídico ocorrido em França em 2013, que envolveu Fabienne Kabou, sentenciada a 20 anos de prisão em 2016 pela morte da sua filha bebé. A realização é da responsabilidade de Alice Diop (que esteve presente no julgamento de Kabou e que, na altura, também se encontrava grávida do seu primeiro filho). PÚBLICO

Críticas dos leitores

3 estrelas

José Miguel Costa

"Saint Omer", que arrecadou o leão de prata no Festival de Veneza (e foi representante da França nos Óscares), é a primeira longa-metragem ficcionada de Alice Diop. Trata-se de um drama de tribunal (com a acção a decorrer quase exclusivamente na sala de audiências), dotado de uma estrutura estética austera e minimalista ("saturada" de planos fixos com uma severa fotografia de gradação castanha), que medita sobre as vulnerabilidades da maternidade e o colonialismo/racismo dissimulado (ainda) presente na sociedade gaulesa. Baseado numa história verídica, a obra acompanha Rama (Kayije Kagame), uma enigmática escritora negra (grávida) que assiste às audições do julgamento de Laurence Coly (Guslagie Malanda), uma (estranhamente calma) estudante senegalesa (imigrante em França) acusada de cometer infanticídio à própria filha (embora não se sinta culpada alegando estar sob efeito de feitiçaria aquando do evento), com o objectivo de escrever sobre o caso (adaptando-o ao mito de Medeia). Apresenta a nuance de ser-nos exposta sob a perspectiva de um membro do público, bem como a não preocupação com o veredicto final ou o esmiuçar de factos (optando por cingir-se a colocar interrogações, maioritariamente de índole moral). Estas particularidades são a sua maior virtude e, simultaneamente, o seu handicap, já que graças a elas a capacidade de empolgar emocionalmente vai-se diluindo (e, inclusive, em determinados momentos chega a transformar-se num produto algo aborrecido).

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