E após um semestre de filmes nacionais intensos e inovadores, eis que chegamos à Légua. A sensação é que iamos a passo acelerado e as pernas se dissolveram. Um filme "à antiga portuguesa" em que não se passa nada, a não ser o silêncio quando chegam aqueles momentos que os realizadores acham que vão ser poéticos (e que acabam todos no trailer).

Um filme em que nada de bom é aproveitado: a talentosa actriz Carla Maciel parece não estar a par do que vai ser o filme, o melancólico cenário natural é enquadrado como se fosse uma prateleira de supermercado, a montagem é aleatória, a fotografia de Vasco Viana (que noutros filme já roçou o genial) parece tão à deriva quanto a ideia. Essencialmente, um filme "correcto", mas sem sangue nas veias.