A guerra do Iraque continua a ser um tema muito discutido e, ao vermos este filme, estamos perante dois pontos de vista muito interessantes e envolventes na guerra do Iraque: uma agente secreta da CIA e um embaixador, que põem em causa os vários agentes participantes na guerra do Iraque: a classe política, as agências secretas de segurança, as relações internacionais, os cidadãos e os meios de comunicação social. Naomi Watts e Sean Penn oferecem-nos duas interpretações de grande peso, através de emoções bastante fortes e muito bem traçadas nas suas personagens. Temos um enredo muto bem construído, capaz de suscitar um interesse ao espectador até ao final do filme, apoiado com um argumento excelentemente construído. Fiquei surpreendido com o filme e, devo dizer, achei-o bom.

Um filme que desmonta a farsa que foi a "guerra contra o Iraque". Por aqui se pode ver até onde vão os jogos políticos e como se podem destruir vidas em troca de ideais políticos maquiavélicos. Excelente filme, com excelentes interpretações.

O melhor: excelente direcção de actores, com Naomi Watts e Sean Penn dentro do seu melhor (só isso já bastaria...), e a primeira metade do filme a desmontar o processo de criação duma mentira histórica (e onde, por uma vez, os agentes da CIA não são os incompetentes). O pior: a metade final, centrada na dramática luta à volta de expor-se ou ocultar-se a dita mentira, que é tratada atabalhoadamente e tem um cunho político-partidário manipulativo, que me desagradou. Clinton ou Obama teriam feito o mesmo.

Um filme a ver, é poderoso e mostra como é a administração americana. Como se destruíram famílias com a intervenção no Iraque.

O produtor/realizador Doug Liman (“Supremacia”, “Mr. e Mrs. Smith”) regressa ao grande ecrã com "Jogo Limpo", filme baseado numa história verídica da agora ex-agente da CIA Valerie Plame que deu origem a dois livros, o do título do filme escrito pela própria Valerie Plame e um outro "The Politics of Truth" escrito pelo seu marido Joseph Wilson. Valerie Plame é uma agente da CIA com várias operações em curso no Médio Oriente e é casada com Joseph Wilson, ex-embaixador. Na altura da decisão de invasão do Iraque e ouvindo os discursos do então presidente Bush na televisão Joseph Wilson apercebe-se de que a informação veiculada pelo presidente em plena televisão nacional relativamente a fabricação de armas de destruição maciça é falsa, uma vez que foi ele próprio que recolheu essa informação. Decide então escrever um artigo repondo a verdade no “Wall Street Journal”. Alguém na Casa Branca não querendo dar o braço a torcer e tentando encobrir a verdade decide como retaliação expor a identidade da mulher do ex-embaixador pondo em risco todas as operações por ela liderada e iniciar um processo de difamação contra o antigo embaixador. O filme de Liman, não sendo um mau filme, não traz nada de novo, é apenas mais uma pedra no que já sabemos ter sido um período de dúbias atitudes e decisões por parte da Casa Branca, expondo que o mundo da política é na realidade um mundo cão onde a verdade ocupa um lugar muito menos importante do que à primeira vista se poderia supor. O filme expõe também a facilidade com que se destroem carreiras e vidas em nome de uma mentira (nada de novo também). Liman, sem grande melodrama, explora ainda as consequências que os acontecimentos tiveram para a vida matrimonial do casal. Relativamente às interpretações Naomi Watts é regular e Sean Penn, esse grande actor, cumpre inteiramente o papel ainda que este não tenha a dimensão de outras interpretações suas. Na globalidade vale ainda a pena espreitar este "Jogo Limpo", é que ainda sem novidades a verdade às vezes é tão surreal que demoramos tempo a conseguir absorvê-la. ** (2/5).