Estamos todos um bocado cansados das críticas que não nos dizem, preto no branco, se este ou aquele filme é ou não para ver. As estrelinhas são redutoras, e mesmo quem as dá sabe disso, ainda que possa sentir prazer no momento discricionário da sua decisão. Este filme é, claramente, um filme competente, que nos agarra à cadeira do princípio ao fim. É excelente para esquecer uma semana de trabalho e mergulhar num universo novo. Não é isso que se busca no cinema? Não faz parte do cinema essa suprema sensação de ter saído do mundo por duas horas? Bruce Willis é o actor adequado. Gosto de bom cinema e isto é para mim bom cinema, porque é isso que eu lá vou buscar: entretenimento.<BR/><BR/>E olhem, venerei "Os Respigadores e a Respigadora"! (para quem não saiba, é o filme anti-climax, sem acção mas com um profundo sentimento e a exposição a uma realidade nova e intrigante). Vão ver (o "Hostages", claro!). Satisfação total.

O filme possui um bom "script", embora o ritmo desenvolvido pelo realizador seja demasiadamente acelerado em certas partes e excessivamente lento noutras, pelo que se ressente de um intermitente ritmo que não o favorece. A acção desenvolve-se com alguns hiatos de tema e a situação do contabilista ao serviço da máfia não fica esclarecida até ao final. O filme segue nas pisadas de um outro, "Die Hard", em que Bruce willis se sente como peixe na àgua e é indubitavelmente de se ver. Como inconsistência, na casa onde decorre o rapto, com sistemas de segurança e blindagem hipersofisticadas, fica por explicar o óbvio: onde é que ficou o sistema anti-incêndio?