Green Border - Zona de Exclusão
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Sinopse
Vencedora do Prémio do Júri no Festival de Cinema de Veneza, uma história dramática sobre a crise humanitária resultante do recente conflito na Síria, que tem assinatura da realizadora polaca Agnieszka Holland (Europa, Europa, Mr. Jones - A Verdade da Mentira, Charlatão) e se passa junto à fronteira da Polónia com a Bielorrússia.
Acompanhamos uma família de refugiados sírios desesperados por escapar à violência do seu país e começar uma nova vida na Suécia. Como outros em tantas partes do mundo, acabam explorados por quem lhes prometeu soluções ou enredados nas burocracias intencionalmente complexas que envolvem guardas fronteiriços, advogados e activistas pelos direitos humanos.
Filmado a preto e branco e com um argumento escrito por Holland, Gabriela Łazarkiewicz-Sieczko e Maciej Pisuk, "Green Border - Zona de Exclusão" conta com as actuações de Jalal Altawil, Maja Ostaszewska, Behi Djanati Atai, Tomasz Włosok, Mohamad Al Rashi, Dalia Naous, Maciej Stuhr e Agata Kulesza. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
A fronteira da obscenidade: Green Border e a crise migratória
Green Border - Zona de Exclusão, da veterana polaca Agnieszka Holland, é um filme sério que não é um bom filme sobre a crise nas fronteiras da Europa.
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4 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Green Border - Zona de Exclusão", da veterana realizadora polaca Agneiskza Holland, mais que não seja merece ser visionado pela acutilância politica e moral do seu curto epilogo (bem como por ter provocado a ira do populista governo de extrema-direita da Polónia). Todavia, a sua qualidade cinéfila ultrapassa estes "meros" aspectos, pelo que não foi à toa que arrecadou o Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza. Um intenso drama ficcional, baseado em factos reais (com um guião construido à base dos testemunhos obtidos junto de refugiados, de residentes na área circundante à fronteira Polónia/Bielorrússia e guardas fronteiriços), cujo realismo cru (acentuado por uma austera filmagem a preto e branco) tem o dom de deixar-nos emocionalmente arrasados ao confrontar-nos com os actos desumanizantes praticados por ambos os países, no ano de 2021, contra imigrantes ilegais (propositadamente utilizados pelo ditador Aleksandr Lukashenko como carne para canhão com o objectivo de provocar o caos poltico na U.E., através do incremento de uma crise migratória em grande escala). Fazendo uso de uma narrativa em mosaico, interliga as vivências de 3 grupos de personagens (algo estereotipados e maniqueístas) que nos permitem, por contacto com diferentes "ângulos" da História, aceder a perspectivas antagónicas deste cenário. Deste modo, acompanhamos a angustiante via-sacra de uma familia siria que julgava estar a caminho da Suécia; os dilemas morais de um guarda fronteiriço perante as atrocidades cometidas no cumprimento do seu dever profissional; e o árduo trabalho levado a cabo no terreno por um grupo de activistas que tenta minorar, dentro das suas limitações quase inultrapassáveis (e correndo eles próprios o risco de sancionamento judicial), o sofrimento atroz dos refugiados.
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