Gabrielle

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Drama, Romance 90 min 2005 26/01/2006 FRA, ALE, ITA

Título Original

Gabrielle

Sinopse

Uma casa onde as pessoas gostam de ir. Longas noites a ouvir, a ver, a rir e a falar. É a vantagem de ter um círculo de "habitués": todos se conhecem uns aos outros. Explosões de honestidade, muitos segredos, momentos de dúvida e alegria justificada ou injustificada... Está tudo lá, para deleite dos convidados e dos donos da casa, cuja vida é uma interminável história de sucessos invejada pelos outros. Mas quando tudo parecia correr bem, algo de mau acontece. "Gabrielle" protagonizado por Isabelle Huppert, é o último filme de Patrice Chéreau ("Intimidade"). <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Vasco Câmara

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Mário Jorge Torres

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Críticas dos leitores

Avaliação do filme Gabrielle

César Valença

Os intérpretes são óptimos, tal como a decoração e o guarda-roupa. No entanto, o enredo é demasiado frágil, mesmo inconsequente. Decepcionante.

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O aborrecimento de Chéreau - CONTÉM SPOILERS

Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

Eu gostei muito de "Intimité" (2001) e de "Son frère" (2003) e queria muito ter gostado de "Gabrielle". Mas não consegui. Patrice Chéreau conseguiu fazer aqui um filme aborrecidíssimo, apesar de existirem algumas boas ideias. 1912. Jean Hervey (Pascal Greggory) e Gabrielle Hervey (Isabelle Huppert), casados há 10 anos, são os perfeitos anfitriões das noites da burguesia parisiense, organizando todas as quintas-feiras uma festa que reúne bem-pensantes e bem-falantes, numa competição acérrima com as melhores reuniões de sociedade.Um dia, como todos, Jean regressa a casa depois de um dia de trabalho. A sua confortável rotina é perturbada pela carta deixada por Gabrielle anunciando-lhe que o abandona. Passadas umas horas, Gabrielle regressa a casa, e é este regresso (mais que o abandono) que provoca um verdadeiro cataclismo na vida do casal.<BR/><BR/>Com a adaptação do romance "O Regresso" de Joseph Conrad, Chéreau convida-nos a assistir à derrocada de um casal, a uma tentativa desesperada de voltar atrás e reconstruir. Uma relação que nunca foi de amor torna-se uma luta de recriminações onde se esmiúça a traição. Pela primeira vez, os sentimentos são despertados, e Jean e Gabrielle dão-se conta de que nunca se conheceram verdadeiramente. E mesmo agora, que falam um com outro, falam, sobretudo, de si mesmos.<BR/><BR/>Chéreau opta pelo teatral, por sombras verdes e luzes amarelas, por um ritmo que nos cansa. O uso estilístico do preto e branco, que parece de início remeter para momentos mais introspectivos de Jean, rapidamente se torna arbitrário. Os momentos dramáticos mais fluidos do filme são interrompidos por frases em letras garrafais, à moda do cinema mudo. "Gabrielle" é tão de época que dificilmente conseguimos uma leitura universal com a qual nos possamos identificar e envolver. Não se percebe a utilidade do papel da empregada Yvonne (Claudia Coli) e o excesso musical ao longo de todo o filme é verdadeiramente irritante.<BR/><BR/>Os próprios diálogos oscilam entre o cliché que é Jean ("Eu amava-a como um coleccionador ama uma bela escultura") e a forçada modernidade de Gabrielle ("A ideia do teu esperma dentro de mim é insuportável"). Porque a sua vergonha não é a de ter fugido, mas a de ter regressado, de lhe ter faltado coragem para viver um amor que exigiria demasiado dela.<BR/><BR/>E todos estes problemas prejudicam a interpretação de dois bons actores. Isabelle Huppert é fria, impenetrável e frágil, mas Gabrielle tem problemas tão interiorizados que não conseguimos entendê-los. Do choque à negação, a quebra da identidade de Jean é claramente mostrada por Pascal Greggory.<BR/><BR/>Mas, pelo lado positivo, há três cenas que se destacam. O contraste entre a belíssima cena inicial, em que Jean regressa a casa, falando e olhando de frente para a câmara, e a final, em que ele se afasta em silêncio e apenas vemos as suas costas. E ainda a exímia filmagem da conversa entre os convidados na primeira festa, onde a câmara dança de um para outro, como se de um baile se tratasse.<BR/><BR/>É por esta capacidade de Chéreau de apanhar significados em pequenos detalhes, que custa tanto que o conjunto deste trabalho seja tão fraco. "Gabrielle" aflora um (des)equilíbrio, cruel e violento, entre verdades e mentiras, silêncio e palavras, onde se questiona se a coragem reside em permanecer ou fugir. Mas é só uma sombra do que poderia ter sido.
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