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Floripes

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90 min 2007 20/12/2007 POR

Título Original

Floripes

Sinopse

Singular experiência de cruzamento entre o documentário e a ficção, é a história de uma lenda algarvia: Floripes, moura encantada, deambula todas as noites por Olhão, triste, sem destino, cheia de melancolia. Simboliza o medo e o sofrimento da comunidade de pescadores. Diz-se que os pescadores, enfeitiçados pela bela e misteriosa mulher, morreriam ao atravessar o mar. Confronto com os temores das gentes do Algarve e com o medo e respeito que o mar impõe, "Floripes" foi realizado por Miguel Gonçalves Mendes, que assinou "Autografia", o documentário sobre Mário Cesariny. <p/>PÚBLICO

Críticas dos leitores

Olh�o A Ria O Mar O Encanto de Floripes...

julieta lima

Olh�o espera, espera ainda que de alguma onda um dia aterre na areia luminosa das ilhas, o esp�rito de um vivo (a) que saiba divagar por tantas lendas, tantas hist�rias, tantos dramas, tantas intrigas.......tanta fome, tanto medo e sobretudo de tanta coragem : e escrever-te em grande portugu�s, em poesia ou prosa, em regionalismo brejeiro ou simplesmente escrever-te na beleza simples das coisas simples (as mais belas) as letras que como o Ca�que te levaram o nome pelos mares fora, os gritos aflitos dos que foram abordados pela Floripes em noites de susto.<BR/>Dizem que era t�o linda...<BR/>Vou tentar terra minha, pq. sou filha tua, filha do mar ao meio dia, p�s queimados da areia ao sol, dedos mordidos p'la moreia do molhe, sou parte dessa meia d�zia de barracos que um dia se fizeram casas...bebi do po�o que se fez �gua em copo de vidro fino... corri descal�a e hoje devo cal�ar-me para te visitar...<BR/>Terra minha, n�o morro sem te deixar testemunho deste tanto te querer. N�o morro sem te provar que sou poeta porque existes,sem te dar o tributo da minha gratid�o pelos estados de alma que o cegonho me empresta no alto da chamin�...e mais, e maio muito mais. <BR/>Prometo,<BR/><BR/>julieta lima<BR/>olh�o<BR/>
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A lenda e a vida

Nazar�

'Floripes' � um document�rio, no qual se mistura uma dramatiza��o baseada na personagem do pescador Juli�o, da ilha da Culatra (ao largo de Olh�o). Os testemunhos em entrevista s�o uma paisagem humana magnificamente composta, com uma espontaneidade e autenticidade not�veis. O h�bil embuste da moura encantada, para afastar a curiosidade sobre um certo lugar onde se descarregaria contrabando, ganhou lugar no esp�rito colectivo n�o por ingenuidade mas por uma teia de raz�es que s�o o principal tema do filme. Interessante incurs�o.<BR/>H� ainda outro ponto muito positivo a real�ar: a qualidade t�cnica e art�stica das imagens (a n�o ser talvez algum "gr�o" nas cenas nocturnas) e dos sons, invulgar para o que � costume presenciar nas produ��es portuguesas. O olhanense Miguel Gon�alves Mendes merece, assim como a equipa que formou para esta realiza��o, todas as oportunidades para poder voar alto na 7� Arte.
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Floripes, um retracto social!

R�ben Lima

Agrad�vel surpresa para quem n�o � adepto do cinema portugu�s. � um filme com um cariz tamb�m documental, em que particulariza a lend�ria moura encantada Floripes. Contudo penso que o que se ressalva com grande transpar�ncia � a comunidade olhanense, o realizador capta com bastante consist�ncia Olh�o, as suas mundivid�ncias, as suas particularidades �nicas, desde a linguagem at� ao que era no passado, e ao que � hoje.Estamos perante um excelente retracto social.<BR/>No que concerne � lenda da moura encantada Floripes, se � supersti��o ou n�o a resposta � inconsequente, mas talvez nem seja necess�rio sabe-lo, � como uma religi�o em si, o que interessa � acreditar, e transmitir aos demais.<BR/>Floripes permanecer� sempre na vida dos pescadores olhanenses, embora aos poucos se v� desvanecendo, das gera��es vindouras talvez venha uma consci�ncia mais realista.
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Experi�ncia de cinema completa

Manuel Guerreiro

Floripes � um puzzle cinematogr�fico desconcertante, cuja riqueza estrutural, para al�m do hibridismo de g�neros, surpreende pelas ramifica��es e elos, entre diferentes quadros de narrativa, retrato, entrevista e contempla��o. A ideia de malha entran�ada, n�o se cinge � constru��o, mas tamb�m ao objecto da obra que pode ser lido como a morte, o medo, a lenda ou o retrato de uma comunidade. <BR/> <BR/>Mais do que an�lise sociol�gica � a cria��o cr�tica a partir de dentro, com a paix�o e a vivacidade que caracterizam o trabalho deste jovem realizador. <BR/>Nota especial para a aposta na utiliza��o de recursos locais, que vai desde uma s�lida e brilhante banda sonora, � totalidade dos actores e figurantes, sem falarmos dos depoimentos da carism�tica popula��o. <BR/> <BR/>Maravilhoso trabalho de filigrana feito a sul, Floripes � um elogio ternurento e belo a uma comunidade, e ficar� com certeza como documento de um tempo que parece esvair-se no mar. <BR/>
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Floripes - Diário de Bordo de Olhão?

António Mercês, orgulhoso neto de Olhão

Excelente simbiose de géneros. Nomeadamente, entre o documental e o ficcional. Nesse aspecto, podemos afirmar que a missão foi plenamente cumprida.<BR/>Saliento acima de tudo a genuidade dos depoimentos das pessoas entrevistadas, desde o pescador que serve de arquétipo ao herói da narrativa ficcional, ao comum trabalhador reformado (a quase totalidade dos intervenientes) que relembra as tradições orais que lhe foram transmitidas em criança.<BR/>Existe um cuidado deliberado em se apresentar as zonas nobres da cidade de Olhão, como por exemplo o altar do Senhor dos Aflitos - muito caro à tradição de Olhão em termos de cultura popular (pagamento de promessas em forma de velas; rogos pela protecção de familiares no mar ou em doença; etc). Ou a zona ribeirinha, com os característicos mercados e (agora) desactivados armazéns da indústria conserveira e respectivas habitações de pescadores.<BR/>Em termos da narrativa ficcional propriamente dita há que louvar o excelente trabalho de reconstituição histórica, particularmente ao nível do vestuário dos actores e dos diálogos, que evocam o característico dialecto olhanense. <BR/>Os medos, as angústias, as incertezas... Principalmente acerca do dia de amanhã e do desconhecido - tudo isto acaba por ser personificado na figura de Floripes, a qual se refugia na imagem do mar - que simultaneamente alimentou gerações de famílias (a própria Vida, e o sustento da mesma) mas que, ao mesmo tempo, também funcionou como fonte de receios (a eminência da Morte ou o desaparecimento de alguém querido). Tudo isto acaba por convergir neste enigmática figura.
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De nada se faz tudo

Eduardo Figueira

Simplesmente brilhante.<BR/>Nada profissional, e porduzido com excelente bom gosto.<BR/>Será que haverá realizadores, actores, e outras pessoas com nome nas plateias,alguma vez consigam chegar a tão elevado poder?<BR/>
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Floripes ou o medo da morte

David Martins

Depois da polémica apresentação no cinema de Olhão como parte das comemorações do 25 de Abril, eis que está finalmente em exibição – até 2 de Janeiro – o filme de Miguel Gonçalves Mendes sobre Floripes, a moura encantada que dá nome á película e que segundo a lenda vagueia á noite por Olhão para seduzir os homens em busca daquele que será capaz de quebrar o seu encantamento. Floripes pede que o homem atravesse o mar com uma vela acesa na mão. Se a vela se apagar é a morte para ele.<BR/><BR/>A sessão começou com alguns problemas técnicos relacionados com o som e a imagem, já que a projecção está a ser feita a partir de um projector digital, mais pequeno que o de 35mm do Cinalgarve, e que no entanto até assegurou uma projecção bem razoável em termos de qualidade de imagem e som. Infelizmente a resolução desses problemas duraram cerca de 30 minutos, com o público a reagir efusivamente ás diversas tentativas de por o filme a funcionar correctamente. Público esse que se manifestou sucessivamente durante a projecção da película, reagindo a locais, pessoas e situações conhecidas, com um tipo de humor tipicamente olhanense que tornou este visionamento num acontecimento singular.<BR/>A nível técnico posso dizer que a qualidade da fotografia, da montagem e da banda sonora me surpreendeu pela positiva, departamentos tratados de forma muito sóbria e eficaz, sem maneirismos ou tiques de um filme cujos segmentos oscilam constantemente entre o documentário e a ficção, e que na minha opinião ficaram bem unidos. Também uma palavra de apreço para os actores, muitos deles da terra de Olhão que tão bem demonstraram o modo de falar e viver de um Olhão de outros tempos.<BR/><BR/>Depois de rever (no cinema ou DVD – espero que saia à venda num futuro próximo) poderei dar uma opinião mais aprofundada. Por agora posso apenas recomendar vivamente este passeio pelas memórias colectivas de Olhão, uma cidade que mudou muito, mas onde continua a estar presente os efeitos do medo – da morte – e das histórias a que dá origem, num ciclo vicioso de mito urbano.<BR/><BR/>Mais em: http://cine31.blogspot.com/2007/12/floripes-em-olho.html
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