Prémio para a melhor realização no Festival de Cannes de 1976, “Feios, Porcos e Maus” confirmou Ettore Scola como um dos mais inspirados cineastas italianos da actualidade. Sem paternalismos, Scola constrói com este filme uma sátira espantosa, hilariante, mordaz, sórdida e absolutamente amoral sobre o cruel e alucinante quotidiano de uma miserável família romana: os Giacinto. Mais de 20 pessoas entre filhos, filhas, noras, genros e netos para além da mulher e da mãe inválida e senil, que passam o tempo a tentar apanhar o “tesouro” de Giacinto (uma indemnização de um milhão de liras, que recebeu por ter perdido um olho). O quotidiano desta feroz e desconcertante família entra em aceso conflito quando um dia Giacinto (Nino Manfredi) leva para a barraca uma divertida e gorda prostituta. Uma crónica de sabor trágico-burlesco que reflecte toda a miséria humana do mundo europeu, ocidental e rico. PÚBLICO