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Em Chamas

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Suspense, Drama 148 min 2018 16/05/2019 Coreia do Sul

Título Original

Beoning

Sinopse

Jong-soo reencontra casualmente Hae-mi, uma amiga de infância que, prestes a fazer uma viagem a África, lhe pede para cuidar do gato durante a sua ausência. Ao regressar, já no aeroporto, ela apresenta-lhe Ben, com quem se envolveu romanticamente durante a viagem e que decidiu segui-la. Entre os dois homens surge uma relação ambígua, com tanto de fascínio como de rivalidade, que assume novas proporções quando o forasteiro confessa o seu estranho prazer.
Estreado no Festival de Cinema de Cannes, um drama com toques de mistério, realizado, escrito e produzido pelo sul-coreano Lee Chang-Dong ("Oásis", "Poesia"), que se inspira no conto "Os Celeiros Incendiados", incluído na compilação "O Elefante Evapora-se", da autoria do aclamado escritor japonês Haruki Murakami. Os actores Yoo Ah-in, Steven Yeun e Jeon Jong-seo dão vida às personagens. PÚBLICO

Críticas Ípsilon

Sombra de uma dúvida

Luís Miguel Oliveira

Um óptimo, e sobretudo muito eficaz, puzzle de ambiguidade psicológica, a construir um ambiente de suspeita permanente e quase paranóica.

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Críticas dos leitores

5 estrelas

José Miguel Costa

O filme "Em Chamas", do sul-coreano Chang-Dong, é um enigmático triller psicológico com um ritmo e caracteristicas peculiares, que se constitui como um excepcional exercicio de observação humana que testa os limites da nossa própria percepção. Grosso modo, (um quase) "slow cinema" que se desenvolve sem pressas (atento aos pequenos e, não poucas vezes, poéticos pormenores), destituido de reviravoltas mirabolantes, mas impregnado de um inteligente suspense asfixiante que nos induz a sugestão permanente de que algo gravissimo aconteceu, ou está prestes a acontecer a qualquer momento, mesmo quando objectivamente "nada de visivel" está efectivamente a ocorrer. <br /> Tal verifica-se graças à sua sofisticada/complexa (apesar de simples na aparência imediata) construção narrativa, impregnada de metáforas (sobre múltiplas temáticas) e ambiguidades (sobretudo de indole comportamental), aberta a iúmeras leituras. Nada é linear e/ou evidente (até porque o seu trio de personagens base é composto por sucessivas "camadas", que jamais serão "descascadas" na integra), pelo que damos connosco numa incessante especulação, vitimas do constante lançamento de subliminares pistas obscuras e imprecisas (ou até simples "silêncios reveladores") por parte do realizador. <br /> Portanto, uma narrativa que se destaca mais pela forma como é alinhavada do que pelo enredo propriamento dito (cuja acção se desenrola em torno de um relacionamento - pseudo - amoroso, subtilmente conflituoso, entre três jovens provenientes de realidades sociais distintas e o, posterior, "desaparecimento" de um deles). <br /> <br />Saliente-se ainda que a narrativa é abrilhantada por magnificos (longos) planos-sequência (que alternam entre a filmagem sob a forma de câmara fixa e em câmara de mão) e uma excelente fotografia em luz natural, que transformam a película numa experiência sensorial inesquecível.
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