Eddington
Título Original
Realizado por
Elenco
Sinopse
Durante os primeiros meses da pandemia de covid-19, na pequena cidade de Eddington, no Novo México (EUA), desencadeia-se um conflito entre Joe Cross, o xerife, e Ted Garcia, o presidente da câmara. O que começa como uma altercação sobre o uso de máscara num supermercado, depressa se converte num campo de batalha político e social, inflamado por notícias falsas e vídeos virais que se espalham nas redes sociais. E quando surge a possibilidade de ali ser construído um "data center", um local de armazenamento de dados ligado à inteligência artificial, a tensão alastra-se e a violência assume proporções desmedidas.
Estreado no Festival de Cinema de Cannes e com realização e argumento de Ari Aster ("Hereditário", "Midsommar"), esta comédia negra com elementos de "western" contemporâneo interroga os limites da autoridade e da verdade numa América cada vez mais polarizada. Protagonizado por Joaquin Phoenix e Pedro Pascal, o elenco integra ainda Emma Stone, Austin Butler, Deirdre O’Connell e Micheal Ward. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Eddington: fazer a América entrópica de novo
É o primeiro filme de Ari Aster que (nos) intriga. Da sátira extravagante não se despega o realismo. Notícias em directo da América: fake news, teorias da conspiração, MAGA.
Ler maisCríticas dos leitores
Batalha Perdida
José Costa
O filme retrata uma América caótica, sinónimo de "normalidade" aceitável. Os actores são sublimes, nada de mais para o que os americanos nos habituaram A fotografia excelente, ao retratar uma confusão nada confusa. O argumento peca por alguma incongruência. Vê-se com amor. Detecta-se, ainda, a habitual injustiça, sobre o que é o ser América. No fundo, fruto de anos e anos a treinarem a maledicência sobre o país, tanto os de dentro e como os de fora. Um desporto pouco salutar.
4 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Eddington", escrito e realizado por Ari Aster, é uma neurótica e pouco subtil sátira social, que mistura drama, comédia negra e thriller de acção com sangue a jorros (tudo envolto numa ambiência de "western") para confrontar-nos com a aceleração do irracional processo de polarização politica dos USA, à boleia dos movimentos de "apoio versus contestação" aos confinamentos populacionais impostos pelas autoridades no período da pandemia de Covid-19.
Eddington, uma pacata vila do Estado Novo México, serve de microcosmos para expor os absurdos e excessos ideológicos, tanto da esquerda woke como da populista direita pró-Trump (conspiracionista, ávida consumidora de fake news, sem interesse pelo contraditório; negacionista; anti-ciência; ultra-securitária; nacionalista bacoca; intolerante à diversidade racial, sexual, religiosa e politica).
E dois dos seus habitantes personificam estes extremos inconciliáveis, o Xerife (protagonizado por Joaquin Phoenix) e o Mayor em final de mandato (Pedro Pascal) que, apesar de estarem há muitos anos de costas voltadas, por algo mal resolvido em torno de uma mulher (uma fanática televangelista - Emma Stone), acabam por oficializar uma guerra sem tréguas devido ao não uso de máscara facial numa ida ao supermercado.
Ari Aster não oferece respostas, "apenas" pretende colocar a nu as fragilidades e contradições das duas visões antagónicas de "(des)organização do Sistema", deixando-nos a tarefa de "formar opinião" no seio do caos. Todavia, esta opção de bombardear-nos ininterruptamente com uma "salada de temáticas", acaba por revelar-se o seu eventual "calcanhar de Aquiles", pois "quem muitos burros toca ...". Deste modo, percebe-se que alguns o acusem de "análise superficial", bem como de desaproveitar a presença da dupla Pascal/Stone (cujas personagens são, efectivamente, subdesenvolvidas).
Embora essas críticas não sejam de todo descabidas, não conseguem eclipsar o delirante estudo de personagem do Joaquin Phoenix (Auster colocou "toda a carne neste assador"), simultaneamente, brutal e vulnerável. E isso revela-se "mais do que suficiente"!
Eddington
Valdemar Magalhaes de Sousa
Estranha-se mas entranha-se. Todos nos vimos a viajar pelo cenário do filme. Todos vimos alguém nosso conhecido, ali a vaguear... Todos sentimos alguns medo por sentirmos que já fizemos parte daquele elenco, mesmo que involuntariamente...
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