É curioso notar que, neste Verão, duas das mais mediáticas comédias negras partiam de premissas algo semelhantes para desencadear a acção. Se em "O Quinteto da Morte" ("The Ladykillers"), de Joel e Ethan Coen, o grupo de criminosos liderado por Tom Hanks tem de se debater com as ameaças de uma velhinha aparentemente inofensiva (Irma P. Hall), em "Duplex", realizado por Danny DeVito, o casal Ben Stiller/Drew Barrymore testa a sua paciência ao lidar diariamente com as inúmeras solicitações da sua vizinha de longa idade (a estreante Eileen Essel). Ambos os filmes retratam situações que conduzem os seus protagonistas a um crescente stress e descontrolo, levando-os a arquitectar estratégias drásticas para se livrarem de vez das imbatíveis antagonistas. O próprio Danny DeVito já tinha, de resto, realizado outro filme com uma temática próxima, "Atira a Mamã do Comboio" ("Throw Momma from the Train").<br/<br/>"Duplex" apresenta sequências de humor negro na linha das que já se verificavam nessa obra, expondo um jovem casal nova-iorquino a uma série de situações desconcertantes e conturbadas. Inicialmente um local idílico e deslumbrante, o duplex recém-adquirido pelo casal Stiller/Barrymore torna-se depois num espaço cada vez mais claustrofóbico, insuportável e ameaçador, à medida que as atitudes da velhinha influenciam negativamente a estabilidade e ambiente próspero da jovem dupla. <BR/><BR/>DeVito vai acrescentando toques de obscuridade e requintes de malvadez ao casal, levando-os a esboçar planos que visam pôr um fim definitivo às atitudes da vizinha. Este processo, a espaços macabro, desencadeia um conjunto de "gags" que oscilam entre tons de comédia negra bem conseguida, algumas sequências mais previsíveis e rotineiras e mesmo (escassas) experiências de humor escatológico. Os actores mostram-se adequados para esses momentos (sobretudo Ben Stiller), mesmo quando a acção origina peripécias pouco surpreendentes. <BR/><BR/>Apostando numa componente essencialmente lúdica, "Duplex" não chega a desenvolver muito as suas personagens, dado que as reviravoltas das personalidades de Stiller e Barrymore não são muito convincentes, mesmo para uma comédia ligeira. Dentro do género, o novo filme de DeVito cumpre eficazmente os requisitos mínimos de um pequeno divertimento "fast-food", não avançando além daquilo que é esperado. O problema é que não parece ter muito para dizer, proporcionando um argumento linear que não é mais do que um concentrado de sequências cómicas nem sempre bem conseguidas. No entanto, se as expectativas não forem muito elevadas, "Duplex" ainda é capaz de suscitar algumas cenas de puro entretenimento "light". <BR/><BR/>http://www.gonn1000.blogspot.com/

Achei que o filme está indubitavelmente "diferente", seja pela maneira como os acontecimentos se desenrolam, seja pela abordagem simultaneamente "noir" e cool. Discordo totalmente que o par romântico não "encaixe", até porque aqui o que se pretende não são cenas amorosas de alto calibre, mas sim patentear a capacidade de resistência às mais variadas borrascas... em suma, aconselho o filme, pois acho que até está bem conseguido. A única coisa que parece um bocado criada "à pressão" é o fim... achei que podia ser mais desenvolvido.

O filme é intragável. A ideia base até tinha algum potencial e Ben Stiller parecia oferecer à partida uma garantia de comicidade. Para um filme que se queria divertido e cómico o ínicio é demasiado apático e sem ritmo. A personagem da velhinha é completamente surreal, provavelmente retirada do imaginário de alguém cuja imaginação não é com certeza a sua maior virtude. A personagem é desinteressante, sem graça, chegando mesmo a ser irritante. Quanto à dupla Stiller/Barrymore, não resulta. O romantismo do casal não é minimamente credível, além de que o casal acaba por se tornar ridiculamente obcessivo. As gags cómicas são meramente visuais e vulgares. Resumindo, foi uma decepção.

Não admira que as salas de cinema estejam "cheias" destes filmes! É tão básico e com um humor tão forçado que até eu conseguia realizar e produzir este filme! Ao decorrer da pelicula já sabemos a cena que se segue!!! Isto é ridículo! Para um realizador novato não está mal, mas podia ser bem melhor!

Em Hollywood toda a gente tem um lugar. O lugar de Danny DeVito é claramente o de produtor, ou não fossem os filmes realizados por si ou onde participou como actor um desastre nas carreiras de todos os envolvidos, desde Woody Allen e Jason Bigs em “Anything Else” ou de Will Ferrel e Bette Midler em “Drowning Mona” ou até de Edward Norton e Robin Williams em “Killing Smoochy”. Todos estes filmes foram arrasados pela crítica e pelo box office e nenhum deles chegou a Portugal sequer. “Duplex” chega pela dupla de actores principais estar em alta — Drew Barrymore vem de “Anjos de Charlie 2” e “50 First Dates” ( recuso-me a dizer o título em português sob pena de o meu QI cair 20 pontos se o fizer) e Ben Stiller está numa série imparável de três filmes com quase cem milhões em box office e ainda estamos à espera de “Meet the Parents 2” que será certamente um enorme sucesso ou não fossem as franchises de humor a tábua de salvação da carreira de Robert de Niro nesta fase ;) . E é por isso que temos de levar com “Duplex” e não com os outros filmes que referi no início do meu comentário. Se “Duplex” só tivesse Ben Stiller ou Drew Barrymore nenhum executivo no seu perfeito estado de saúde (os tais que não dizem o nome do filme “50 First Dates” em português) teria interesse em estrear o filme a nível mundial (aliás, é o que se está a passar, com os filmes a serem colados a outras estreias de sucesso de Ben Stiller este ano, com modestíssimos resultados, diga-se de passagem). Mas sendo assim lá teremos que levar com este mamarracho nos catálogos das salas de cinema. Um aviso: assim como em todos os filmes de Danny DeVito, há um casal, algo que os faz ter posturas completamente diferentes e quase se separarem e depois no fim ficam unidos e com a cara chamuscada. Pronto, se pensavam que era um resumo estão enganados... é só mesmo isto a que se resume o filme... a escolha é vossa, o dinheiro também ; )

Com uma inquilina que até o próprio diabo teria vontade de se matar, quanto mais uns pobre seres humanos que começam a ver a sua vida completamente destruída. Um filme muito bem concebido sobre um problema americano: as rendas controladas. Uma grande comédia a não perder.