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DR9 - Drawing Restraint 9

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135 min 2005 M/16 04/05/2006 EUA, JAP

Título Original

DR9 - Drawing Restraint 9

Sinopse

Depois do sucesso do ciclo "Cremaster", Matthew Barney está de volta com "DR9", com música composta e interpretada pela islandesa Björk. A fusão entre dois dos autores mais criativos da actualidade - Matthew Barney, artista total, e Björk, a camaleónica compositora islandesa - numa história de amor envolvida pelos rituais de casamento japoneses. Numa refinaria de petróleo japonesa, um camião de vaselina de petróleo quente dirige-se da fábrica para o porto até chegar a um baleeiro. À bordo do baleeiro, ao largo de Nagasaki, uma enigmática escultura de vaselina é ladeada por barreiras para preservar a forma. Dois ocidentais (Matthew Barney e Björk), a bordo, são tratados com todas as atenções e vestidos com os fatos tradicionais de casamento japoneses, segundo a tradição Shinto. Durante uma tempestade, a escultura perde a sua forma e a vaselina espalha-se. O casal de ocidentais é lentamente envolto no fluído e começa a transfigurar-se... <p/>PUBLICO.PT

Críticas Ípsilon

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Mário Jorge Torres

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A arte da mutilação

Luís Miguel Oliveira

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Vasco Câmara

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Críticas dos leitores

Um dos piores filmes que vi

Emerson Barbosa

Sinceramente não sei que possa ser dito deste "filme", em seu favor. Há a curiosidade de após uma hora e 20 minutos surgir a voz pela boca dos personagens, o que até essa altura não se tinha verificado, mas verdade seja dita, assim como veio, rapidamente se foi a voz aos mesmos. Tirando alguns pormenores visuais curiosos, não vejo que estes sejam razão suficiente para se pôr em causa ir-se ver este "filme", a não ser que os seus vizinhos não o tenham deixado dormir na noite anterior, e assim já valerá a pena porque o "filme" é propício a isso. Um dos piores filmes que vi.
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O que é Drawing Restraint?

André Dinis Nacho

"DR9" não é um filme (é certo), mas também não é, como alguns vão vomitando, um poema visual. "DR9" é um estímulo que entra directamente pelos nervos visuais e auditivos para o córtex, lóbulos e neurónios mais-que-mil, produzindo aquilo que melhor será descrito como pirilampos que relampejam pelo interior do crânio incessantemente. Perdão, terei dito que relampejam? Não, de facto explodem com a força de várias giga-toneladas e produzem ondas de choque que, pelo menos por enquanto, não vejo que possam desaparecer. É daqueles filmes que, após terminarem, criam uma bolha à nossa volta que nos afirma que a realidade não é aqui, é lá, num mundo simbólico, ritualista, por vezes abstracto ao ponto de queimar um ou outro fusível numa teoria que se vai construindo (julgamos nós) à volta do que nos entra (nunca) apressadamente pelos sentidos mais humanos...<br/><br/>Mas o filme não é humano, nós deixamos o humano assim que a realidade (essa sim real) do filme se torna nossa. Bem podia ter sido atropelado, assassinado, esborrachado após ter saído do conforto da pequena casa-cinema que por nada daria, tão cerebral ou espiritual eu estava, num verdadeiro estado catatónico, quiçá vivencialmente apocalíptico. Contudo, talvez tudo isto seja enaltecido pela nunca antes vivida experiência de estar na casa-cinema absoluta e existencialmente sozinho.<BR/><BR/>Repito, o que é "Drawing Restraint 9"? É simples e complexo, nunca trivial, explícito e implícito… Mas é, sucintamente, uma análise sobre a perfeição. E a perfeição encontra símbolo definido, identificado, repetido e visto (poder-se-ia introduzi-lo como caracter no dicionário): é a imagem formada por dois pseudo-semi-círculos rasgados por um segmento de recta. A perfeição é binária, cada pseudo-semi-círculo representa uma parte de nós, de homem-mulher, de criação destruição, de Eros e Thanatos, de Yin e Yang; e escusado será dizer que a reunião seria a almejada perfeição (projector de luz divina sobre alguém que olha com fé para o céu com mãos em pose suplicante).<br/><br/>Mas isso não é possível, não existe reunião, o pequeno segmento de recta não o permite, é a barreira que apesar de nos deixar imaginar a reunião dos dois pseudo-semi-círculos (tal como imaginamos, e tão bem, a perfeição) não a permite. Poder-se-á pensar, “é o erro de Deus”, “é o que nos torna humanos”, “é o limite do espírito” e poder-se-á pensar bem. Mas uma coisa é certa: o que o filme nos mostra é que a perfeição existe assim completa, com o segmento de recta e tudo, e que anulá-lo é destruir as duas partes que se tentam tocar "ad eternum". A imagética está lá para provar os fundamentos desta teoria e é perceptível, vejam-na, até no uso da cultura nipónica e seus rituais se comprova essa ideia... Pois que outra cultura é que através do minimalismo, miniaturização, rituais milenares, certos, ritmados, geométricos, procura essa perfeição incessantemente, sem, porém, a conseguir plenamente encontrar?<BR/><BR/>"Drawing Restraint 9" é uma obra supra-autor e supra-espectador, é daquelas maravilhosas coisas (doce/amarga) que existe fora do plano de qualquer um e que ninguém, nem o autor, pode plenamente compreender. Está lá fora, para agarrar, cortar um bocado e provar, mas não é nem do Matthew Barney, nem da Björk, e muito menos meu.
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Nem sequer merece a categoria de filme

Ivan Ribeiro

Devo confessar. Passados 20 minutos do filme começar, dei por mim a contar os minutos para o filme acabar. E isso já não me acontecia há muito tempo. Tenho visto muitos filmes medíocres mas este ultrapassa tudo o que podia imaginar. Não há enredo,nem profundidade das personagens, o filme arrasta-se como um caracol numa horta. Esteticamente tem alguns pormenores interessantes mas mais nada para além disso. E as metáforas são demaiado óbvias, além de a mensagem me parecer retórica. Contam-se os diálogos com os dedos das mãos. É uma verdadeira tortura. Mathew Barney, o realizador, escolheu a arte errada para fazer passar a sua mensagem. "Drawing Restraint 9" de filme não tem nada. Não fosse a banda sonora de Björk, acredito que teria saído a meio (e nunca estive tão perto de o fazer). É realmente o único aspecto que impede este filme de ser um completo fracasso. E já agora, se o objectivo é ser experimental e combinar uma componente visual e sonora com metáforas, vejam "2001 - Odisseia no Espaço". Esse tem isso tudo. E é um filme.
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Um filme para olhar

Rita Almeida (http://cinerama.blogs.sapo.pt/)

“Drawing Restraint 9” não é um filme, e antes que se criem expectativas de tal, é melhor deixá-lo claro desde início. “Drawing Restraint 9” é um objecto de arte, que usa o cinema como veículo, tirando partido da imagem e do som. Só assim se pode entender a ausência de enredo, de ritmo e de personagens. E, no entanto, é um objecto imensamente belo. “Drawing Restraint 9” começa com uma mulher embrulhando um fóssil, numa dança coreografada de mãos e papéis. O embrulhos são selados com um símbolo oval atravessado por uma barra (a plenitude restringida por uma barreira). Acompanhamos depois dois visitantes ocidentais (Barney e Björk) que, separadamente, são levados para bordo do baleeiro japonês Nisshin Maru. Os visitantes são lavados e vestidos com fatos feitos de peles de animais, na preparação de uma cerimónia de casamento. No convés do navio, a tripulação ocupa-se com o molde de uma piscina de vaselina - um molde onde se repete novamente o símbolo oval - em sinal de todo o esforço que está implícito no trabalho criativo.<BR/><BR/>Após a cerimónia do chá (onde se proferem as únicas frases de diálogo), um ritual de partilha feito de utensílios surpreendentemente orgânicos, ocorre uma tempestade que provoca o vazar da vaselina. O líquido viscoso entra nas cabines inferiores, inundando-as. Os visitantes juntam-se num ritual de amor-morte, onde a mutilação simboliza a mutação provocada pelo amor, a transformação permitida pela libertação das barreiras exteriores para que as emoções se unam. Enquanto isso, Björk canta “from the moment of commitment, nature conspires to help you”.<BR/><BR/>Ao longo de mais de duas lentas horas, o realizador do ciclo “Cremaster” (na sua primeira colaboração com a sua companheira Björk, também responsável pela banda sonora) cria, com imagens de tirar a respiração, um ambiente de opressão onde apenas se consegue respirar quando as barreiras que sustêm a forma são derrubadas, e a forma libertada assume a sua verdadeira essência emocional.<BR/><BR/>“Drawing Restraint 9” é uma experiência sobretudo sensorial, de um forte poder imagético, usando a baía de Nagasaki como pano de fundo. Um produto de difícil digestão, profundamente trabalhado, com algumas poderosas - mas surreais - ideias. Mas, como cinema, é bem mais interessante de olhar do que de ver. Nota: 3/5.
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