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Doidos à Solta: Quando Harry Conheceu Lloyd
Título Original
Dumb and Dumberer: When Harry Met Lloyd
Realizado por
Elenco
Sinopse
Doido mais doido, não há? "Doidos à Solta: Quando Harry conheceu Lloyd" é a história de como se conheceram os dois mais famosos idiotas de Hollywood: Harry e Lloyd. Depois de se tornarem inseparáveis logo no primeiro dia de aulas, Harry e Lloyd unem-se nas mais loucas (e idiotas!) aventuras. <p/>PUBLICO.PT
Críticas dos leitores
Como tudo começou
Ricardo Pereira
Pode-se dizer que “Dumb & Dumberer” é um marco da comédia moderna. Lançado em 1994, o filme alavancou de vez as carreiras de Jim Carrey e dos irmãos realizadores Peter e Bobby Farrely (que anos depois fariam sua “obra-prima”, “There’s Something About Mary”). Além disso, a divertida fita trazia piadas realmente engraçadas, trabalhando de maneira competente e até inteligente muito humor negro e momentos politicamente incorrectos. Pois dinheiro é a maior maldição do cinema americano, e deu na cabeça de produtores mais imbecis que os protagonistas do filme fazerem uma segunda parte das aventuras da abilolada dupla. Espertamente, os actores do original (Carrey e Jeff Daniels) recusaram-se a participar de tal empreitada. Melhor para eles, mas pior, muito pior, para os espectadores. Para se ter uma ideia do tamanho do crime, vale dizer que os roteiristas Troy Miller (também realizador) e Robert Brenner desvirtuam completamente toda a graça do primeiro. Simplesmente esquecem a existência da produção anterior e fazem uma comédia tola, entediante e absurdamente sem graça. Não há resquício algum do humor corrosivo dos Farrely, ou do carisma dos personagens, ou das tiradas bem sacadas. Temos é um emaranhado de situações ridículas e abominavelmente estúpidas, com diálogos horrorosos e elenco sofrível. “Doidos à solta: quando Harry conheceu Lloyd” procura explicar como os dois personagens popularizados no filme original se conheceram. Alunos do mesmo colégio, eles são utilizados pelo director da instituição em um plano para fraudar um programa que oferece cem mil dólares para escolas que possuam turmas compostas por jovens “especiais” (leia-se: deficientes mentais). Nem é preciso dizer que Harry e Lloyd integram essa turma. Porém, este fiapo de trama é apenas uma desculpa para que Miller e Brener possam copiar praticamente todas as situações vistas no longa dirigido pelos irmãos Farrelly em 1994: estão lá a sequência em que Lloyd se imagina como o centro das atenções; o incidente envolvendo Harry e o banheiro da casa de sua amada; a discussão envolvendo uma garota disputada pelos dois; e até mesmo a piada final em que os dois dispensam uma boleia oferecida por belas mulheres. A diferença é que, desta vez, nenhuma piada funciona. Troy Miller, aliás, demonstra uma incompetência extraordinária na direcção deste “filme”, limitando-se, durante a maior parte do tempo, a enquadrar os protagonistas em “closes” fechados enquanto estes dizem suas falas e fazem caretas. Sem possuir a menor noção sobre o que é comédia, o director chega a falhar até mesmo na sequência mais básica do género: a montagem, acompanhada de fundo musical, em que vemos os personagens em várias situações cómicas. Além disso, a falta de respeito para com o espectador é tão grande que Miller nem sequer tenta conferir um mínimo de lógica à “história”.
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