Debaixo da Pele
Título Original
Realizado por
Sinopse
Um filme de ficção científica realizado por Jonathan Glazer ("Sexy Beast", "Birth - O Mistério") que segue um argumento seu em parceria com Walter Campbell e que adapta o romance de estreia do novelista Michel Faber. PÚBLICO
Críticas Ípsilon
Críticas dos leitores
Debaixo da pele
Fernando Oliveira
ESCRITO NO TEMPO DA ESTREIA: É um filme estranho, que confunde e nos questiona, mas também uma fascinante experiência visual, um filme que ao mesmo tempo que se estranha se entranha, e que nesta contradição nos seduz e nos assombra.
A história de “Debaixo da pele” é simplista na sua essência – o confronto entre a alienígena e os humanos – mas a forma como Glazer encena o filme torna-o num perturbante objecto que nos põe a questionar o significado de cada imagem que vemos, o que nós damos e todos os outros possíveis.
Scarlett Johansson interpreta uma alienígena que toma a forma de uma mulher, em Glasgow seduz homens e vampiriza-os, suga-lhes o corpo, uma personagem vazia apenas interessada na caça. Pouco a pouco vai ficando curiosa com a estranheza da humanidade, foge, e tenta experimentar ser como nós; cruelmente vai perceber a impossibilidade… é, portanto, um filme de ficção-cientifica, que Glazer torna em algo único não apenas formalmente mas porque nesta simplicidade narrativa nos recusa explicações.
Já em “Birth”, o realizador punha-nos a ver a estranheza do narrado, pelo olhar da personagem de Nicole Kidman, numa Nova Iorque invernosa e cinzenta, fria e quase inóspita. Aqui é um olho a primeira imagem de vida que vemos, e é através do olhar da alienígena que nos é mostrada a história. Ao misturar a captura quase documental da procura e da “viagem” que a personagem faz – muitas cenas foram filmadas com câmaras escondidas na carrinha que a personagem conduz – mas tornando essa visão do real estranha por um olhar “de fora”, com “acontecimentos” visuais e sonoros que fazem “explodir” a narrativa, Glazer realizou um extraordinário objecto formal que ao mesmo tempo que nos lembra uma ideia do realismo britânico, nos faz viver uma experiência sensorial e emocional única.
Algo perto do irracional. Britânico e londrino, com uma carreira importante na publicidade e nos videoclips, Glazer escolheu as geladas paisagens escocesas para retratar a solidão humana, tão gélidas como o que vimos através dos primeiros olhares vazios de sentimentos da personagem interpretada por Johansson que tem aqui um desempenho de perturbante ambiguidade e de enorme coragem.
A actriz diz, em entrevista, que pouco a pouco teve que abandonar todos os preconceitos em relação à personagem. É essa atitude que se pede aos espectadores deste filme: para nos deixarmos questionar pelo que vemos, para nos sentirmos desafiados, e aceitarmos esse desafio. Um filme muito importante. (em "oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com")
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3 estrelas
JOSÉ MIGUEL COSTA
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