Autêntica perda de tempo. O filme é baseado em situações banais que aconteceram na China na era Covid. Sem grande enredo e não tem nada de motivante para ir ver.

"Crónicas Chinesas", do cineasta chinês Lou Ye, é uma espécie de drama documental ficcionado, que parte duma premissa real (a reunião do próprio realizador, em 2020, nas proximidades de Wuhan, com os actores e equipa técnica de um filme inacabado, desde há cerca de 10 anos, devido à temática abordada - o romance entre dois jovens gays - à data não ter passado pelo crivo da censura do regime) para transportar-nos para o epicentro de um brusco e agressivo confinamento forçado de todos os seus elementos, no interior de um hotel, em consequência das restrições de circulação impostas pelo governo com o objectivo de mitigar a propagação do vírus Covid-19.

Apesar de estruturado sob a forma de "making of", filmado com câmara de mão e telemóvel, Lou Ye opta por adicionar-lhe, repetidamente, múltiplos segmentos de cenas inéditas filmadas anteriormente por si, bem como extratos de relatos reais captados por anónimos que denunciam a situação caótica vivida à época no país de origem da pandemia.

Esta mescla de registos (deliberadamente com aparência crua e "edição mínima") constitui-se como um interessante retrato do distópico período de isolamento global (saturado de pânico, incerteza, solidão e tédio), durante o qual o único contacto com o mundo exterior ocorria quase exclusivamente através de gadgets digitais.