<p>O facto deste "remake" ser transportada para 1964 tem unicamente a ver com um dos dois filmes: o da recriação do famoso recontro entre mods e rockers em Brighton, que nos mostra impressionantes desfiles de jovens mods montados em scooters, e o motim que se seguiu. Brilhante.<br /><br />Muito bem sincronizado com esse filme, o outro filme adapta-lhe o original de Graham Greene. A época é de facto pouco importante, podia até ser hoje sem uma beliscadela no essencial do enredo (há coisas que nunca mudam, só as personagens e os cenários é que mudam).<br /><br />O nome original da fita refere-se a um doce que serve de sinal para a execução dum bandido, no momento culminante do filme do motim. Este filme de gangsters centra-se no jovem casal, unido por diferentes medos, ele para tentar resolver um problema de silêncio, ela para tentar viver o sonho da sua vida. A maldade dele (interpretado por Sam Reilly) e a inocência dela (Andrea Riseborough) dão, pelo poderoso contraste que fazem e pela nossa percepção do letal convívio entre os dois, uma nota de tragédia, muito teatral no melhor sentido.<br /><br />Este admirável par de actores é secundado estupendamente pela vigorosa Helen Mirren, que faz de patroa da rapariga só em parte motivada pelo desejo de protegê-la, por Sean Harris, que é o seu ex-amante a viver momentos de desespero, e pelo restante cast, variado e convincente.</p>

<p>Poderia ser uma luta entre grupos pelo "comando" da máfia. Não será, e ainda bem, o caminho seguido no argumento deste "Brighton Rock" / "Crime e Pecado".<br /><br />A cena, fabulosa aliás, na falésia, recorda-nos imediatamente um outro filme aí mesmo rodado: "Quadrophenia", filme de Franc Roddam e com música dos The Who.<br /><br />A ação, situa-se em Brighton e, Rowan Joffe, parece querer repetir a cena, em que os jovens rebeldes, num fim de semana, se "degladiam": eram os "Mods" contra os "Rockers", movimentando-se nas suas célebres "Lambrettas". Estranho: "Quadrophenia" introduz-se, sem pedir autorização, em "Brighton Rock"!...<br /><br />Sam Riley tem um trabalho competente e Helen Mirren (fabulosa) completa esta "absurda" história de amor entre Pinkie e Rosie, que nem o "single" - pequeno disco de 45 rotações - parece querer perturbar! A fabulosa fotografia de uma Inglaterra cinzenta (não podia deixar de ser) completa este "agradável" filme.(***)</p>

Um filme magnífico. A fotografia, as interpretações, a banda sonora... tudo concorre para criar uma fita com um ambiente muito próprio e que nos vai envolvendo sempre mais ao longo da história. A não perder!