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Coitado do Jorge
Título Original
Coitado do Jorge
Realizado por
Elenco
Sinopse
Prémio de melhor realização, em Taormina 93. Prémio de melhor interpretação para Manuel Wiborg, em Dunquerque 93. Mas, em Portugal, por coisas e loisas, Jorge (Silva Melo) ficou mesmo coitado. Mais coitado se deve ter sentido em 1998, quando o filme, sempre inédito, foi editado em vídeo e a crítica tomou a nuvem por Juno. Baseado num romance de Paula Fox (Poor George) é possível resumir o filme com o verso de Ruy Belo que lhe serve de epígrafe: "Triste é no Outono descobrir que é no Verão a única estação". Essa descoberta aproxima este filme "dolorosíssimo e salgado" de obras anteriores como "Ninguém Duas Vezes" e "Agosto". Todos são filmes do "tarde demais", do "é sempre muito cedo ou muito tarde / e hei-de morrer sem ter visto a vida toda" (Alberto Vaz da Silva). Mas os verões outonais são as vestes dos fogos. E, se este é um filme em que tudo arde (da paisagem aos protagonistas) o que mais arde é o fogo que não se vê e de que ficam as cinzas e as saudades de Mozart. Quem foi que disse que "o cinema português nunca existiu?" Se não existisse, era preciso inventar outro para lá caber este filme de fagulhas e cinzas, para lá caber vida em tão grande cuidado.<p/>
Texto: Cinemateca Portuguesa
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