Diário de Um Romance Passageiro

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Romance 100 min 2022 M/12 03/11/2022 FRA

Sinopse

Uma noite, Charlotte (Sandrine Kiberlain) conhece Simon (Vincent Macaigne). Ela é mãe solteira; ele é casado e pai de duas crianças. Mesmo sabendo que não estão a agir correctamente, os dois decidem escapar à rotina das suas vidas e encontrar-se apenas uma vez para explorarem um momento de paixão. Contudo, contra as suas próprias expectativas, o prazer que retiram da companhia um do outro (muito mais do que o envolvimento sexual) é de tal modo gratificante que se torna cada vez mais difícil evitar novos encontros. E isso vai criar-lhes problemas morais para os quais não estavam preparados.
Apresentado no Festival de Cinema de Cannes, esta comédia romântica tem assinatura de Emmanuel Mouret.  PÚBLICO

Críticas dos leitores

Diário de um romance passageiro

Fernando Oliveira

Podíamos pegar no nome do filme anterior de Emmanuel Mouret para definirmos este “Diário de um romance passageiro”: o que eles, o casal de amantes, dizem pode ser, ou não, o que eles fazem. O filme é isso mesmo: um diário de uma relação entre um homem e uma mulher que depois de se conhecerem resolvem ter uma relação física passageira, só que a relação vai-se prolongando e nós vamos assistindo ao passar dos dias, a data é-nos mostrada em quadros negros, enquanto os dois vão essencialmente falando e discutindo sobre a sua relação.

É portanto um filme que nos fala, a palavra certa, sobre a arte de amar (e já agora “A arte de amar” é também o nome de um filme de Mouret que estreou em Portugal há uma dezena de anos e que nunca vi), as conversas são sempre mais importantes que os que os personagens fazem nos filmes de Mouret.

Sandrine Kiberlain é Charlotte uma mulher livre e exuberante que quer apenas uma relação passageira, é o que promete o título do filme, com ele, Simon, interpretado por Vincent Macaigne, um homem casado e que parece estar sempre desconfortável com a relação. Mas são dela os primeiros olhares tristes. Um filme é assim um “discurso” sobre as tristezas e as alegrias de uma relação amorosa. Sobre a aprendizagem que é necessária.

E como é que Mouret filma isso? Mostrando os dois amantes sozinhos a aprenderem as “regras” do amor. Assim mesmo: não há quase mais ninguém no filme, Charlotte e Simon vão tendo os seus encontros, mais ou menos espaçados no tempo, deambulando sozinhos pelos jardins da cidade, no campo, em galerias de arte, na casa dela ou em quartos alugados (como “Adão e Eva” no paraíso, mas agora a dizerem-nos que comer a maçã pode ser a melhor das escolhas). E falam, falam mesmo muito. O sexo, o compromisso inicial, fica sempre “escondido”.

Tudo de forma muito simples, mas com muita graça. Até que resolvem juntar uma estranha à sua relação, o desejo de experimentar o sexo a três. E Charlotte e Louise (a terceira personagem do filme, interpretada por Georgia Scalliet) apaixonam-se, e o romance dos dois amantes termina. Meses depois voltam a encontrar-se. Será que terminou mesmo?

Pensamos em Woody Allen (Charlotte podia ser Annie, Simon podia ser Alvy) e em Bergman (o reencontro no fim, numa sessão de cinema com “Cenas da vida conjugal”, “puxa-nos” para o seu Cinema), mas se a propósito de “As coisa que dizemos, as coisas que fazemos” lembrei Lubistch por causa do sorriso final, este filme prova que Mouret é um extraordinário criador de comédias românticas. Lubitsch, então. (em “oceuoinfernoeodesejo.blogspot.com”)

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