Rafael Padilla (Omar Sy) nasceu em Cuba, entre 1865 e 1868, quando a escravatura era ainda legal. Em pequeno, foi vendido a um comerciante espanhol que o trouxe para a Europa, ainda na condição de escravo. Já adolescente, depois de anos de maus-tratos, fugiu. Durante algum tempo, acompanhou artistas nos seus números, essencialmente por ser negro e, segundo os padrões europeus, extravagante. Quando, já em 1895, chegou a França, foi convidado pelo inglês George Foottit (James Thierrée) a criar uma dupla de pantomima. Manteve-se activa por duas décadas. Os seus números, apesar de preconceituosos e racistas, tornaram-se dos mais requisitados pela sociedade francesa da época, tão caracterizada pelo etnocentrismo. No entanto, o dinheiro fácil, o vício do jogo e a discriminação racial acabaram por afectar a amizade entre os dois, dando início ao declínio da carreira de Padilha – Chocolate de seu nome artístico.

Com assinatura do actor e realizador Roschdy Zem, um drama biográfico que adapta a obra "Chocolat, Clown Nègre - L'histoire oubliée du premier artiste noir de la scène française", escrita, em 2012, por Gérard Noiriel, historiador francês especializado em imigração. PÚBLICO