Talvez o melhor desta fita seja vir a convencer muita gente que é preciso mesmo manter aqueles 50 ou mesmo 100 metros sem árvores à volta das casas. E mesmo assim... foi interessante o exemplo aqui dado dos cuidados engenhosos do dono daquela casa irem literalmente pelos ares: nunca se está ao abrigo das imprudências dos vizinhos.

A história duma família de 3+1 que sobreviveu a um incêndio florestal serve de pretexto a uma produção onde nos colocam dentro da floresta a arder, numa reconstituição terrivelmente realista do cenário que alguém naquelas circunstâncias tem de enfrentar — praticamente sem hipóteses de sobrevivência.

Valoriza muito a união, pois cada elemento desses três vai contribuir à sua maneira para um desfecho a todos os títulos improvável. A produção (pirotecnia e tudo o resto) é estupenda, os actores são muito convincentes, a filmagem impecável. Mas há alguns problemas, nomeadamente o argumento que é demasiado certinho e previsível, e com incoerências: não deixa de haver o homicídio involuntário de 2 velhotes, sem culpas e (quase) sem remorsos, e há o choque final de ver aquelas árvores, tão verdes, à beira do lago Chilton...