Chá Preto
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Sinopse
Na casa dos 30 anos, Aya deixa o noivo no altar na Costa do Marfim, surpreendendo tudo e todos. Depois, muda-se para Guangzhou, na China (cidade anteriormente conhecida como Cantão), e começa a trabalhar num negócio que exporta chá. É aí que conhece um homem chinês mais velho, de 45 anos, e se apaixona por ele. É essa a premissa deste drama romântico do maliano (nascido na Mauritânia) Abderrahmane Sissako, com Nina Mélo e Chang Han. Passou na edição de 2024 do Festival de Berlim, onde foi candidato ao Urso de Ouro. PÚBLICO
Críticas dos leitores
2 estrelas
José Miguel Costa
O filme "Chá Preto", dirigido pelo mauritano Abderrahamane Sissako, é um pífio melodrama (semi) romântico sino-africano (que tenta a cartada da equiparação do erotismo aos elaborados e minuciosos rituais ancestrais da preparação do chá), dotado de uma inconsistente narrativa monótona "enfeitada" por uma fotografia de excepção alegadamente exótica (mas que exala artificialidade por todos os poros).
Perante tantos "atributos" não se entende o motivo pelo qual esta obra foi candidata ao Urso de Ouro no Festival de Berlim. Ao que parece pretendia-se enaltecer as virtudes da emancipação feminina no seio de uma sociedade patriarcal em que a masculinidade tóxica é quem mais ordena. Todavia, a única coisa que percepciono é, grosso modo, a história de uma brava jovem costa-marfinense que tem a coragem de abandonar o altar no dia do casamento e emigrar para a China, transformando-se, num ápice, numa recatada e sofisticada oriental (quase mais chinesa que as próprias nativas), para enfiar-se na cave de uma loja de chás, com o dono de meia-idade (reticente em assumir o relacionamento quase platónico, a provar e a cheirar cházinhos enquanto troca uns toquezinhos envorgonhados com o dito cujo. Algo incongruente com o alegado objectivo inicial, não?
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