<div>"Sol Posto", não se vá ao engano, é declaradamente um filme-concerto, no sentido em que não há ficção ou grandes momentos documentais de bastidores. Há uma banda a atravessar a noite, com "flashes" dos dias que a antecederam, e a encenar-se para os olhos presentes – que, pormenor fundamental, não são os do público, mas os da câmara. "Sol Posto" não está no lugar dos concertos que, em 2020, ficámos impossibilitados de viver da mesma maneira. "Todos nós sentimos que filmar simplesmente um concerto, com público ou sem público, não valia a pena. Um concerto implica também estar entre pessoas. Tem esse lado de comunhão. Mas o cinema em sala também o tem", aponta o realizador, Ricardo Oliveira. Este não é, portanto, um concerto dos Capitão Fausto ou um filme sobre os Capitão Fausto. É o encontro de um com o outro, uma contaminação mútua. </div><div>Mário Lopes, PÚBLICO</div><div><br /></div>